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Um mundo mais sombrio

25 jul 2009 às 10:49
"Crise Final" é difícil de entender mas causou grande barulho e reverbera em todos os títulos atuais da DC nos Estados Unidos -
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Editoras DC Comics e Marvel Comics jogam seus heróis em um universo dominado pelos vilões em prol da reformulação de seus personagens

Curitiba - Que interesse um garoto tem atualmente em Bruce Wayne, um playboy milionário de uma cidade imaginária que decide vestir roupa de morcego para vingar a morte dos pais? Ou em Steve Rogers, menino raquítico anabolizado para lutar na Segunda Guerra Mundial usando a bandeira dos Estados Unidos? Pois é, essas perguntas incomodam, e muito, as maiores empresas de quadrinhos do mundo, as editoras DC Comics, de Batman, e Marvel Comics, do Capitão América. A solução encontrada para motivar a procura pelos personagens foi jogar o universo de ambas em um cenário mais sombrio, capaz de sentir falta desses heróis. O Brasil recebe a partir deste mês essa reformulação, primeiro com ''Crise Final'' e depois com ''Dark Reign'' (ainda sem tradução, que pode ser ''Reino Sombrio''), publicados por aqui pela Panini Comics.

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A constatação não é de hoje e a cada ano a preocupação de toda a indústria de quadrinhos é a mesma: a de conseguir novos leitores, já que o público envelheceu mas não se renovou na mesma proporção. Entre muitos fatores, a culpa é, em parte, do próprio tratamento editorial dos personagens, que já não têm motivações de fácil identificação com o consumidor atual, muito mais ligado em um bruxinho de óculos ou numa adolescente existencialista apaixonada por um vampiro. Além disso, com títulos lançados mensalmente já há mais de 50 anos, fica difícil para o novo leitor acompanhar as tramas, na maioria das vezes extremamente complicadas para os não-iniciados.

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Foi pensando nisso que, coincidência ou não, tanto a DC quanto a Marvel optaram pela mesma estratégia. Para recuperar a essência de heróis de sucesso, ambas as empresas decidiram tirá-los de circulação justamente para mostrar como seria o mundo sem os mesmos. Assim, Batman e Capitão América morreram. Claro, para voltarem melhores.

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(Acho desnecessário o aviso de spoiler, até porque as mortes desses heróis, já de conhecimento de muita gente por aqui, não são realmente o mote da história toda: o leitor é convidado a ler como as coisas acontecem e não exatamente o que acontece)


No Brasil, chega este mês às bancas duas edições essenciais para essa reformulação na DC Comics. ''Crise Final'', apesar de muito criticada devido à complicadíssima trama quase metafísica de Grant Morrison, vai apresentar um horizonte pouco animador, com os vilões tomando conta do cenário. O mesmo acontece com Batman na saga ''Descanse em Paz'', que traz revelações no mínimo polêmicas a respeito da família de Bruce Wayne.

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''Crise Final'' começa após a morte dos Novos Deuses e avança com conexões a partir de personagens aparentemente secundários e os grandes do panteão DC, a tríade formada por Batman, Superman e Mulher-Maravilha. A conclusão vai de encontro com as chocantes revelações de ''Descanse em Paz'', em que Batman, drogado, é jogado nas ruas enquanto o modomo Alfred sofre nas mãos de um misterioso vilão que invadiu a Batcaverna.



Na Marvel, por aqui os leitores ainda acompanham a conclusão de ''Invasão Secreta'', que logo vai desembocar em ''Dark Reign'', provavelmente em novembro. Sem estragar surpresas, o universo da Casa das Ideias vai passar realmente por um período bastante sombrio, sem a presença de alguém que possa trazer a luz da justiça em tempos de crise. Terreno propício para o retorno de um certo soldado.

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Ainda que não cumpram com êxito o objetivo de trazer novos leitores para suas revistas, ao menos a DC e a Marvel, com um universo mais dinâmico, sem mortes de personagens totalmente inconsequentes, vêm fazendo um trabalho um pouco menos descartável e sutilmente mais empolgante.



Se não conseguem rejuvenescer o público, como gostariam, ao menos fortelecem os que ainda se aventuram por esses universos. Afinal de contas, heróis devem sempre existir, para inspirar e entreter. Principalmente em um mundo mais sombrio.

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POP-UP



Coluna de cultura pop que assino quinzenalmente na Folha de Londrina.

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FIQ globalizado
O Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), que acontece em Belo Horizonte (MG) entre os dias 6 e 10 de outubro, ganhou nesta semana mais uma confirmação de peso na já poliglota lista de convidados. Craig Thompson (autor de ''Retalhos'') e sua esposa, Sierra Hahn (editora-assistente na Dark Horse) juntam-se a outros artistas consagrados, a exemplo dos brazucas Gabriel Bá, Fábio Moon, Ivan Reis e Rafael Grampá; o italiano Liberatore e os alemães Reinhardt Kleist e Jens Harder; os espanhóis Juan Díaz Canales e Pereja Valero; o argentino Liniers, o australiano Ben Templesmith, o francês Christophe Blein, o canandense Guy Delisle, entre muitos outros. O evento, em sua sexta edição, promete ser o mais movimentado e diversificado até agora, tanto em termos de profissionais quanto de público. Se você nunca foi, a oportunidade não poderia ser melhor, já que vai ser difícil reunir tanta gente boa de tantos lugares diferentes como desta vez.



Quadrinho de quarta
Toda quarta-feira tem quadrinhos novos nas lojas norte-americanas. E um projeto da DC Comics, mais especificamente de Mark Chiarello, junta o hábito semanal de aguardar pelas revistas com antigos projetos dominicais de nona arte aos domingos. Era costume os leitores aguardarem com ansiedade as continuações de ''Príncipe Valente'' e ''Terry e os Piratas'', por exemplo, nos finais de semana. Desde o início deste mês a DC vem lançando histórias de 16 páginas coloridas em formato tablóide (35,56 x 50,8 cm) a US$ 3,99, com artistas do calibre de Brian Azzarello, Eduardo Risso, Neil Gaiman, Mike Allred, Lee Bermejo, Kurt Busiek, Paul Pope, entre outros. Serão 15 histórias em 12 edições, com previsão de um encadernado até o final do ano. O tipo de publicação para importar e colecionar.

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Guerra de mafiosos
Assim como o pessoal mais jovem tem escutado mais músicas on-line via streaming, a tendência é de que jogadores casuais aproveitem mais e mais as opções browser only (aquelas em que os programas rodam no próprio browser, sem a necessidade de instalação nas máquinas dos internautas). Especialmente em redes sociais. Prova disso é o incrível sucesso que jogos como ''Mafia Wars'' vêm fazendo no Facebook. Simples de manusear e entender, a dinâmica do software obriga usuários registrados a aumentar sua base de amigos e aliados, o que gera um universo próprio cheio de novas condutas. Para ter uma ideia, na última semana o ''Mafia Wars'' registrou 4 milhões de usuários. É algo pra ficar de olho.



Escolhido o Lanterna Verde
Foram meses de seleção e a DC Comics/Warner Bros. finalmente anunciou quem vai viver o Lanterna Verde Hal Jordan no filme programado para 17 de junho de 2011. Ryan Reynolds, que já trabalhou nos marvetes ''Blade'' e ''X-Men Origins: Wolverine'', foi escolhido entre Bradley Cooper (''Se Beber, Não Case''), Jared Leto (''Requiem Para Um Sonho'') e Justin Timberlake (!). Reynolds tem a veia sarcástica necessária para o papel, só ainda não é visto pelos fãs como o corajoso líder da Tropa dos Lanternas. Apesar disso, parece ser mesmo a melhor opção, já que Cooper é muito limitado, Leto simplesmente não tem a mínima semelhança e Timberlake custa a convencer como músico. O longa, dirigido por Martin Campbell ("Cassino Royale"), começa suas filmagens em novembro, na Austrália, e deve iniciar uma nova fase da empresa de Superman e cia. em Hollywood.



O material citado acima pode ser encontrado em Curitiba na Itiban Comic Shop (Av. Silva Jardim, 845). O telefone de lá é (41) 3232-5367.


A maior parte dos textos publicados nesta coluna foi publicada na Folha de Londrina, tanto na versão impressa quanto na virtual.


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