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A Profissão de Famoso no Brasil

13 ago 2002 às 07:37
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Nessa semana em que o dólar subiu aos lábaros estrelados, li uma notícia na Vogue americana de agosto que me deixou, como dizem, de cara: a atriz Jennifer Aniston – ou a Sra. Brad Pitt, como queira - ganha 1 milhão de dólares toda vez que grava um único episódio do seriado Friends. Isso significa que, além bem casada, bonita e famosa, ela é rica.

Parece um absurdo que alguém ganhe 3 milhões de reais em algumas horas. Nas terras de cá, para angariar esta mesma quantia, temos que mobilizar mais de 100 artistas em torno de um tema comovente como o da Criança Esperança e ainda contar com patrocínios de sandálias, bancos e sabão em pó. O nosso show business tem muito que crescer.

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Mas a meninada já se seduz com as promessas dessa indústria. Se quando eu era adolescente o máximo era ser engenheiro, administrador de empresas ou publicitário, em questão de anos a meta de vida que se preza é ter a profissão de Famoso. Não podemos ver isso com preconceito, afinal, cada época tem a ambição que merece.

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De qualquer forma, 1 milhão continua parecendo muito, mesmo para Friends, que é um de meus seriados preferidos. Acontece que estes seriados norte-americanos suportam altos salários porque eles permanecem no ar por longos anos. Isso, aliás, é um de seus pontos fortes: como acompanhamos o amadurecimento do ator e do personagem, acabamos por rir dos trejeitos mínimos, das entrelinhas do texto e de tudo que só a convivência continuada traz. Por outro lado, reprisa-se muito. Este é o ponto fraco. Vemos uns episodiozinhos inéditos e dá-lhe repetecos por meses e meses.

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Eu ainda fico indecisa se prefiro os seriados norte-americanos ou as nossas novelas, que todo dia trazem capítulos novos e mais personagens e cenários e tramas e pano pra manga. Uma novela como O Clone produz um número maior de famosos que toda uma temporada de E.R., por exemplo. Talvez aí esteja umas das diferenças do show business brasileiro: mais gente no elenco, menos dinheiro para cada um.


E a outra diferença é o cinema: na entressafra da TV, os atores de lá vão estrelar filmes. Os filmes rendem no mercado interno e externo e acabam por valorizar cada nova temporada. E valorizam o Grammy, que por sua vez valoriza o Oscar e assim vai. Na entressafra daqui... puxa, aqui não pode haver entressafra, senão o artista morre de fome. E entre aqueles que se dão ao luxo, uns vão para o teatro, que só dá bilheteria no Rio ou São Paulo, outros vão para as férias patrocinadas pela revista Caras.

Sinceramente, você não acha que é muito sortudo quem tem esta profissão de Famoso no Brasil?!


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