Comportamento

Campanha incentiva o compartilhamento em vez do consumo de bens materiais

14 mar 2017 às 14:04

Em 15 de março, é comemorado o Dia do Consumidor, originalmente criado para ressaltar a importância dos direitos do consumidor.

O direito à informação é um deles: consumidores precisam de informação sobre o que estão comprando para consumir melhor, fazer escolhas mais conscientes e que causem menos impactos sociais e ambientais negativos. É nesse contexto que o Instituto Akatu lança a campanha "Quero Compartilhar", que informa e convida a população a priorizar o compartilhamento de bens em vez de sua aquisição.


Na era da Economia Colaborativa, o verbo não é mais "possuir", mas "usufruir". Entram em cena serviços como assinatura de roupas e aluguel de carros elétricos, além de plataformas de compartilhamento de casas, veículos, entre outros, que permitem acesso aos bens sem a necessidade de ter a sua propriedade.


Afinal, para estar bem vestido, você não precisa necessariamente de roupas novas. Assim como não precisa comprar um carro para se deslocar pela cidade. "Ao compartilharmos, expandimos ao máximo a capacidade de uso de um produto, aproveitamos o que está ocioso, e atendemos a necessidade de mais pessoas evitando a extração de recursos naturais para a produção de novos itens", explica Helio Mattar, diretor presidente do Instituto, ONG que foi fundada no Dia do Consumidor (15/03), há 16 anos, para promover a sensibilização e mobilização da sociedade para o consumo consciente.


Você já parou para refletir quanto tempo um carro fica parado, sem uso, ao longo da sua vida útil? "Uma pessoa que trabalha em um local fixo e gasta cerca de duas horas para ir e voltar, ou seja, quatro horas para se deslocar, deixa seu carro parado, sem desempenhar sua função de transportar, mais de 80% do tempo durante a semana.


O carro fica estacionado no local de trabalho por, no mínimo, 8 horas, somando-se a isso o tempo que fica parado em casa, algo em torno de 10 a 12 horas por dia. É muito tempo de ociosidade especialmente considerando a quantidade de recursos naturais utilizados para sua fabricação", afirma Helio Mattar.


Ter um carro pode ser prático, mas tem um custo alto e impactos no meio ambiente e na sociedade pelo uso de recursos naturais, energia, trabalho e geração de resíduos.


Que tal diluir esses gastos e os seus impactos negativos por meio de um uso mais intenso do carro? Isso já é possível em algumas cidades com os serviços de compartilhamento de carros (ou caronas), o chamado "carsharing". Esse tipo de serviço valoriza o compartilhamento de produtos, expande ao máximo o seu uso e atende a um número muito maior de pessoas.


Tem muito objeto que você pode deixar de comprar, pois alguém estará disposto a compartilhar – em troca de dinheiro ou não. Já parou para pensar que algumas coisas que compramos são usadas pouquíssimas vezes e só ocupam espaço em nossos armários? Por exemplo: furadeiras e outras ferramentas de uso doméstico eventual.


Um condomínio, um grupo de amigos ou familiares se poderia se organizar para ter furadeiras e outras ferramentas que pudessem ser compartilhadas conforme a necessidade. Maneira mais prática e econômica para que todos possam usar as ferramentas.


Você costuma usar todas as roupas que compra ou várias peças ficam penduradas meses no guarda-roupa sem utilização? Comprá-las em excesso é puro desperdício de recursos.


A produção e o uso de todas as roupas têm um impacto no meio ambiente, pois a produção têxtil requer o cultivo do algodão ou extração de matéria-prima e todos os impactos associados, além de necessitar água, energia elétrica, e tratamentos químicos, sem contar com os gastos com logística.

Mas não ter tantas roupas não quer dizer que você precisa andar mal vestido. Dá para alugar, compartilhar, doar, trocar ou emprestar roupas e acessórios. Atualmente, há diversas modalidades de serviços que permitem que várias pessoas compartilhem a mesma peça de roupa.


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