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Dados inéditos traçam perfil do comportamento afetivo e sexual do brasileiro

Redação Bonde
23 jun 2016 às 10:52
- Reprodução
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Eles fazem sexo só por atração, gostariam de ter mais de oito relações sexuais por semana e iniciam a vida sexual mais cedo. Elas têm menos parceiros sexuais, rejeitam relações sexuais baseadas apenas na atração e muitas almejam fazer sexo apenas três vezes por semana. As diferenças que persistem entre os gêneros na forma de viver a própria sexualidade são alguns dos destaques da Mosaico 2.0, uma pesquisa conduzida pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, com apoio da Pfizer.

O levantamento, que ouviu 3 mil participantes com idade entre 18 e 70 anos, divididos em cinco faixas etárias, traça um perfil contemporâneo do comportamento afetivo-sexual do brasileiro. Foram avaliados indivíduos de sete regiões metropolitanas do País: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal.

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"Embora muita coisa tenha mudado e tenhamos a impressão de que hoje é mais natural falar sobre sexo, a sociedade ainda aborda essa temática com certa vulgaridade. Muitas mulheres temem julgamentos relacionados a certos comportamentos sexuais, o que acaba fazendo com que limitem o próprio prazer. Não é tão fácil nem tão rápido se libertar de padrões anteriormente impostos", comenta Carmita.

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Em média, o número de parceiros nos últimos 12 meses foi de dois para os homens e de um para as mulheres. E, apesar das várias diferenças comportamentais entre os gêneros, há um ponto em que a convergência é praticamente absoluta. Para 95,3% dos entrevistados o sexo é importante ou muito importante para a harmonia do casal, porcentagem que sobe para 96,2% entre os homens e fica em 94,5% para as mulheres. Curiosamente, a faixa etária que mais respondeu que sexo é pouco ou nada importante para a harmonia do casal foi a mais jovem, de 18 a 25 anos.

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O que eles temem?


Quando o assunto é as principais preocupações relacionadas à vida sexual, as diferenças entre homens e mulheres também se tornam evidentes. Enquanto o principal fator apontado por elas é a possibilidade de contrair uma doença sexualmente transmissível (DST), opção assinalada por 45,9% das entrevistadas, a maior preocupação entre os homens é não satisfazer a parceira, temor apontado por 54,8% do grupo masculino.

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As preocupações também são diferentes quando se analisa os resultados por faixa etária. Apenas entre os mais jovens, de 18 a 25 anos, o principal temor é contrair uma DST. Essa preocupação se reflete em um outro comportamento da faixa mais jovem avaliado pela pesquisa: são eles os que mais se previnem durante as relações. A porcentagem dos que sempre utilizam preservativo no ato sexual é de 36,2% na faixa etária dos 18 aos 25 anos, índice que cai gradualmente até chegar a 10,5% entre aqueles de 60 a 70 anos de idade.


Sexo ou Amor?

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A maioria dos entrevistados (56%), independentemente de gênero, faz distinção entre vida afetiva e sexual, mas essa percepção é mais acentuada entre os homens (59,7%) do que entre as mulheres (51%). Mais da metade deles (50,8%) diz que se considera realizado em ambas as esferas, o que não se verifica para a maioria das mulheres: apenas 44,4% delas têm essa percepção. Analisando isoladamente cada um dos dois pilares, tanto sexualmente como afetivamente os homens estão mais realizados do que as mulheres. Em contrapartida, 13,5% das mulheres diz que não está satisfeita em nenhuma das duas situações, ante 8,6% dos homens.


Atração basta?

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A importância do componente afetivo para as mulheres durante o ato sexual também fica clara quando os entrevistados são questionados sobre a possibilidade de fazer sexo apenas por atração. Enquanto 43,7% dos homens responderam que "com certeza" essa seria uma motivação para a relação sexual, apenas 22,2% das mulheres o fizeram. Essa postura também é mais acentuada entre os participantes de 26 a 50 anos, e menos pronunciada entre aqueles de 18 a 25 anos, que são os que mais responderam "não, de forma alguma".


Expectativas diferentes

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Os universos masculino e feminino também se diferenciam em relação à frequência ideal de relações sexuais. Se a resposta mais escolhida pelas mulheres quando perguntadas sobre o número ideal de relações por semana foi "três vezes", entre os homens a resposta mais adotada foi "mais de 8 vezes", assinalada por quase um terço deles (26,8%). Em geral, a expectativa média é de 4 relações por semana para as mulheres e de 6 para os homens.


Em contrapartida, a vontade de fazer sexo não acompanha a realidade da vida sexual dos casais. Os homens, por exemplo, tendem a ter três relações por semana, enquanto as mulheres costumam ter duas. Na divisão por região metropolitana, em quase todas elas a resposta "três vezes por semana" é a que apresenta as maiores porcentagens. São exceções o Rio de Janeiro e Salvador, nas quais predominam a opção "duas vezes". Além disso, quanto mais velhos os parceiros, especialmente a partir dos 60 anos, menor é essa frequência.

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Envelhecimento e sexo


Quanto mais maduros os parceiros, mais qualidade tem a relação sexual, de acordo com os dados do Mosaico Brasil 2.0, que investigam a intimidade entre os mais velhos. Enquanto os mais jovens relacionam muito mais um bom desempenho sexual ao fato de chegar ou não ao orgasmo durante o sexo, os mais maduros destacam a dedicação dispensada à relação sexual.


A idade dos parceiros também está diretamente relacionada à quantidade de atos sexuais em cada encontro. Quanto mais jovens, mais atos são relatados, em média de três a quatro, ao passo que quanto mais velhos, menos atos ocorrem por encontro, entre um e dois. Além disso, a maioria das pessoas afirmou que o tempo decorrido entre os atos varia de 15 minutos a uma hora, tanto para homens como para mulheres, mas esse intervalo tende a ser maior com o avanço da idade.


Envelhecer, em geral, atrapalha mais a performance sexual masculina do que a feminina, na percepção dos entrevistados. "Essa constatação está bastante associada com o aumento de incidência de disfunções sexuais com o passar dos anos, especialmente a disfunção erétil", comenta a psiquiatra Carmita Abdo.


Dificuldades


As respostas de homens e mulheres evidenciam que as disfunções sexuais são frequentes entre os brasileiros. Mais de um terço (32,4%) da porção masculina da amostra, por exemplo, relata dificuldades para ter e manter uma ereção. Essa porcentagem é ainda maior na região metropolitana do Distrito Federal, onde chega a 39,3%, e menor na região de Salvador, com 23,9%.


Entre as mulheres chama a atenção a dificuldade para alcançar o orgasmo, condição que afeta quase metade das entrevistadas (43%), de forma leve à grave, com predominância nas duas faixas mais jovens da pesquisa, que compreendem pessoas entre 18 e 40 anos de idade. Em Belo Horizonte, por exemplo, a maioria da amostra, ou 51%, relata que enfrenta esse problema. Muitas dessas brasileiras, cerca de 32,5% das brasileiras, também sentem dificuldades em se interessar por sexo, especialmente aquelas entre 26 e 40 anos.


As dificuldades sexuais exercem um duplo impacto para a vida das pessoas. Se por um lado esse problema afeta o amor próprio para mais de um quarto dos homens (25,8%) e das mulheres (25,9%), um pouco mais de um quinto da amostra (22,4% dos homens e 21,8% das mulheres) afirma que a situação interfere também no relacionamento com o parceiro. Em média, os entrevistados de toda a amostra tiveram três parceiros sexuais importantes em toda a vida.

Eles começam mais cedo

Para a maioria dos entrevistados, o início da vida sexual se deu entre os 15 e os 18 anos de idade, tanto entre os homens (57,6%) como entre as mulheres (50,7%). Assim, a média de idade na primeira relação foi de 17,7 anos. Mas, na divisão por gênero, é possível notar que os garotos iniciam a atividade sexual quase dois anos antes, em média aos 16,9 anos, ante 18,4 anos para as mulheres. No recorte por localidade, São Paulo se destaca como a única região em que a idade média para o começo da vida sexual se dá após a maioridade, aos 18,1 anos.


Já no início da vida sexual é possível perceber diferenças marcantes entre os comportamentos sexuais masculinos e femininos. Se 75,5% das mulheres tiveram a primeira relação com o namorado, apenas 40,8% dos homens o fizeram. Nesse contexto, São Paulo se destaca com a cidade em que as pessoas, independentemente do gênero, mais citaram o namorado como parceiro na primeira relação sexual: 66,6%. Além disso, se 47,8% das mulheres disseram que a primeira relação foi pior do que imaginaram ou muito ruim, essa percepção cai para 25,5% entre os homens.


Enquanto a porcentagem de iniciação sexual envolvendo profissionais do sexo é zero para a amostra feminina, esse índice chega a 11,4% entre os homens. Mudanças na presença da garota de programa como primeira parceira sexual também denotam transformações de comportamento ao longo das gerações. Isso porque a referência a profissionais do sexo nesse período de iniciação é gradativamente maior entre as faixas mais velhas.


Erotismo e autoestimulação


Quando se trata de estímulos à excitação, novamente o comportamento feminino é menos pronunciado. De acordo com os dados da pesquisa, cerca de 40% das mulheres do País não se masturbam e, dessas, quase uma em cada cinco mulheres (19,5%) nunca experimentou a prática. Já entre os homens, apenas 17,3% não se masturbam e 82,7% adotam essa forma de prazer.

Em relação aos estímulos sexuais visuais, por meio da visualização de conteúdo erótico na internet, quase metade das mulheres (45,2%) afirma que nunca acessa esse tipo de material, ante 20,8% dos homens. Em contrapartida, quando se trata do acesso frequente, as porcentagens são de 33,8% para o grupo masculino e de 9,7% entre a parcela feminina. De modo geral, contudo, a maioria dos homens e também das mulheres já buscou conteúdo dessa categoria na internet e o comportamento é predominante na faixa etária que vai dos 26 aos 40 anos de idade.


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