Conhece aquela piada da loira que ficou feliz da vida quando terminou de montar um quebra-cabeça em "apenas" seis meses, pois na caixa estava escrito: "de 2 a 4 anos"?
Brincadeiras à parte, a revista Mente e Cérebro de outubro publicou uma matéria em que especialistas mostram pesquisas sobre o fascínio que as loiras exercem no imaginário masculino e o estereótipo intelectual criado em relação à elas.
Uma pesquisa realizada em Londres mostra que uma jovem que usou na noite inglesa uma peruca loira, na sequência uma de cor castanha e depois uma ruiva, teve maior sucesso entre os homens com a peruca loira – ela conquistou tantos rapazes quanto a ruiva e a castanha juntas.
De acordo com a reportagem, o fascínio que as loiras exercem no imaginário masculino pode ser atribuído a alguns fatores. O primeiro, em uma lógica de mercado, que é raro é mais procurado. Avalia-se, de fato, que as loiras naturais constituem apenas 2% da população mundial.
A segunda razão está relacionada à lógica indireta referente à juventude: o psicólogo Davis Matz, de Minneapolis, em Minnesota, demonstrou que quanto mais claros os cabelos de uma mulher, mais se tende a considerá-la jovem. Os homens sentem-se mais atraídos por mulheres mais jovens, provavelmente porque são mais férteis e a evolução favoreceu a busca de parceiros para reprodução.
O terceiro fator, de ordem social, é a imagem da loira forjada há mais de meio século, no cinema e em outras mídias, como a mulher fácil, sensual, que explora mais os atributos físicos que os intelectuais. Essa estratégia vem desde os anos 50 com Marilyn Monroe e depois avançou nos anos seguintes com Grace Kelly, Sharon Stone até Scarlett Johansson.
Muitos psicólogos acreditam que esta superexposição leva a associação das loiras a uma representação feminina vinculada unicamente ao corpo. Além disso, outras mídias impressas e audiovisuais contribuem para a associação das loiras à disponibilidade sexual.
Os estereótipos criaram raízes. Estudos mostram que algumas loiras ao ouvirem dizer que são incompetentes – e se familiarizarem com essa ideia -, podem se sentir pressionadas e inseguras, acabando por duvidar da própria capacidade e mostrando-se justamente como os outros as veem, criando armadilhas inconscientes para si mesmas.