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Pais e filhos

Diálogo diminui casos de gravidez na adolescência

Redação Bonde*
15 out 2010 às 11:54

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Esperar que os filhos resistam à motivação de fazer sexo é esperar que eles sejam super-homens e as meninas supermulheres! - Reprodução
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"Na adolescência não se deve fazer sexo, muito menos, as meninas". Este é um mito que caiu e, muitos pais ainda não se deram conta. Uma pesquisa Unesco realizada em 2004 já identificava a média da idade da primeira relação sexual dos meninos por volta dos 14 anos e das meninas entre 15 e 16 anos.

O sexo é uma função natural do ser humano que desperta na adolescência. Nesta fase, o corpo já consegue reagir aos estímulos sexuais, se excitar e provocar o desejo de ir mais adiante: 'transar'. No momento, a realização do sexo é extremamente prazerosa e gratificante, independente do fato de ter sido realizado com ou sem segurança. Isto só começa a preocupar depois do fato consumado e passada a euforia da excitação. É muito difícil para o ser humano conseguir se negar a fazer sexo quando há estímulo e oportunidade de se seguir adiante.

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Mas, os adolescentes não são apenas um corpo! São pessoas que têm vivências, valores, crenças e expectativas. Por outro lado, o sexo não é só prazer: é entrega e responsabilidade com a prevenção de gravidez e DST/Aids.

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E meus queridos pais, esta oportunidade existe! Mas, num ambiente liberal, numa idade em que os hormônios estão em alta e a curiosidade sexual é grande, esperar que nossos filhos resistam à motivação de fazer sexo é esperar que eles sejam supe-homens e as meninas supermulheres!

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A solidão dos filhos


A maioria dos nossos filhos está só no quesito sexo. Todas as pesquisas sobre comportamento sexual dos jovens que a tenho acesso mostram os pais como uma das últimas opções na busca de informações sobre sexo, e em contra partida, os sites eróticos e os que abordam a sexualidade, são cada vez mais procurados pelos jovens. A falta de diálogo com os pais é um ponto forte na vulnerabilidade dos adolescentes à gravidez na adolescência! Os estudos mostram que as meninas que conversam com seus pais sobre sexo, engravidam menos na adolescência do que aquelas que não têm esta mesma oportunidade.

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Muitas meninas desejam ir ao ginecologista, mas têm medo de pedir aos pais para fazer esta consulta. Assim, resolvem sem conversar com familiares ou consultar um médico, a contracepção ou a "não" contracepção que lhe convier, segundo a sua própria avaliação - de alguém que está no início da vida e que pouco pode enxergar dosbre as consequências de se ter um filho na adolescência.


Vamos criar o "chega-te" com os filhos

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Na minha terra, em Alagoas, a gente usa uma expressão abreviada de "saia para lá" (afastar alguém) que é "sai-te". Outro dia, conversando com um cantor local muito perspicaz, perguntei se ele tinha um site, e ele, com o seu humor, em trocadilhos, me respondeu: não, estou construindo um "chega-te". E refletindo sobre a expressão, é exatamente este o convite que quero fazer a todos os pais: que cheguem mais perto de seus filhos.


A adolescência apronta armadilhas difíceis de serem vencidas pelos jovens. Vários fatores contribuem para isto, mas principalmente em relação à gravidez, é muito importante que os adultos de sua confiança encarem a realidade atual da sexualidade na adolescência e promovam o diálogo como alguém que sabe ouvi-lo de verdade e respeite seus valores e atitudes. Seguem algumas dicas para os pais que queiram experimentar criar o movimento do "chega-te":

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Comente ou leia uma matéria sobre gravidez na adolescência com seu filho ou sua filha e pergunte se isto acontece entre os amigos deles;


Ouça a opinião deles;

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Conte para eles o que significava na sua época de adolescente, uma garota ficar grávida e o que acontecia com o casal adolescente;


Expresse sua opinião, justificando o seu ponto de vista e ao mesmo tempo preenchendo lacunas do pensamento deles;

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Leve sua filha ao ginecologista e apóie o uso do método contraceptivo indicado;


Estimule seu filho a usar a camisinha, pois esta é a única forma dele ter o controle sobre sua paternidade;


Fale dos seus sonhos profissionais em relação a eles, mostrando sua expectativa. Mas também ouça e respeite o sonho deles, ajudando-os a enxergar as vantagens e desvantagens que ainda não consigam ver.


Descubra e realize alguma coisa que você e seu filho(a) gostam de fazer juntos;


Conheça os amigos, ficantes e namorados e os deixe lhe conhecer também;


Promova as informações sobre sexualidade e contracepção que os jovens precisam saber. Se não souber como conversar, indique a leitura de artigos ou entre em contato que posso ajudar!

*Por Maria Helena Vilela, sexóloga e diretora do Instituto Kaplan (www.kaplan.org.br)


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