Comportamento

Falta de brincadeira afeta o comportamento das crianças

31 dez 1969 às 21:33

As crianças precisam brincar mais. E sabe quem acha isso? As próprias mães - e não só as brasileiras, mas aquelas da África do Sul, Argentina, China, Estados Unidos, França, Índia, Reino Unido, Tailândia e Turquia também. Uma pesquisa que acaba de ser realizada nestes dez países, a pedido da marca de sabão em pó Omo, aponta que a proteção da infância é uma das principais preocupações das entrevistadas: 79% delas acreditam que o hábito de aprender brincando foi perdido e 92% dessas mulheres chamam para si o dever de restaurar essa tradição.

"As brincadeiras e toda riqueza de aprendizado que essas experiências possibilitam, tanto para os filhos quanto para os pais, estão ficando em segundo plano" , constata o psicólogo Waldemar Magaldi, de São Paulo.


A ausência desse potencial lúdico tem relação direta com a avalanche de crianças com distúrbios de aprendizagem ou com transtornos comportamentais. Atualmente, cerca de 7% das crianças brasileiras sofrem com algum tipo de problema desse tipo. Uma infância estimulante exige passatempos apropriados (eles variam de acordo com a faixa etária). "Quando essas atividades são feitas, também, na companhia dos pais, a criança tem chance de experimentar formas saudáveis de competição", afirma a pedagoga Karen Sacchetto. "Trata-se de uma simulação que ajuda a trabalhar os medos e a insegurança, deixando os pequeninos muito mais à vontade para enfrentar os desafios".


"Além disso, a maioria das atividades exige bastante concentração para ser realizada. Só isso já chega a ser desafiante, principalmente entre os mais agitados", diz Karen.


Mas nada de isolar a criança de outros pequenos. A convivência com a mesma idade é fundamental para desenvolver o emocional infantil. "Entre iguais, ela precisa se virar, encontrando maneiras de se expressar e fazer valer aquilo em que acredita", explica Waldemar.


Vínculos mais fortes


"Mostre a seu filho que ele tem condições de ficar um tempo sozinho, ainda que sob supervisão no caso dos mais novinhos", sugere Karen. "Essa atitude aparentemente desprendida é uma estratégia poderosa para reforçar os vínculos familiares e fortalecer a confiança do seu filho".


Caso isso aconteça de forma tranqüila, as chances de que a criança venha a desenvolver um comportamento equilibrado são enormes. "As relações emocionais em família antecedem quaisquer outras, servindo de modelo para o comportamento mantido fora de casa", completa Waldemar.


"Não dá para tratar as crianças como adultos. É preciso respeitar os interesses próprios de cada idade e vibrar com as novas descobertas e estar por perto encaminhado as próximas" , diz Karen. A seguir, ela indica uma série de sugestões superdivertidas para você pôr em prática com seu pequenino aprendiz. Aproveitem!


De 1 ano a 1 ano e meio


A criança imita sons e reconhece objetos.
Adora brincar de espalhar e guardar tudo. Claro que do jeito dele.


Sugestões de brinquedos: Caixote com objetos de formas geométricas (cubos, círculos e triângulos de plástico ou feltro), potes e panelinhas com tampas.


De 1 ano e meio a 2 anos


A criança já reconhece algumas cores e formas. Sabe procurar e encontrar objetos que guardou. Gosta de brinquedos que possa empurrar, puxar, encaixar e explorar com os dedos. Adora descobrir como as coisas funcionam.


Sugestões de brinquedos: Brinquedos de montar, bichinhos de plástico, cubos com formas vazadas para encaixar peças similares, carrinhos, caminhões e chaves.


De 2 anos a 2 anos e meio


Após os 2 anos a criança começa a descobrir o prazer de brincar com o outro. Ela já é capaz de assimilar muitas palavras ao mesmo tempo, construindo frases completas. Reconhece cores e formas. Compreende perfeitamente o significado da palavra NÃO. Classifica formas, cores e espessuras.


Sugestões de brinquedos: Blocos lógicos: encontrados em lojas de brinquedos educativos. Esses brinqudos possuem quadrados, círculos, triângulos e retângulos nas cores primárias, com diferentes tamanhos e espessuras. Ofereça ainda blocos de madeira com diferentes formas e tamanhos para fazer torres e pequenas construções.


3 anos


Nesta fase, papais e mamães precisam ter bastante disponibilidade para responder a todos os questionamentos da criança - Como? Quando? E a preferida: Por quê? Apesar da linguagem ainda estar em desenvolvimento, seu vocabulário já é bastante extenso. Consegue comunicar-se com perfeição. A coordenação motora fina está mais segura. É nesta fase que a lateralidade (destra ou canhota) normalmente se define.


Sugestões de brinquedos: Cubos de tecido, onde cada lado existe um treino motor como zíperes, botões e ganchos para abrir e fechar. Cubos com tamanhos decrescentes e que encaixam-se um dentro do outro, para serem empilhados.


4 anos


Agora a criança apresenta maior coordenação global e conseqüentemente coordenação fina. Começa a se interessar por brincadeiras coletivas e demonstra maior equilíbrio.


Sugestões de brinquedos: Jogos em equipe com uso de bola e bastões, bicicleta, trabalhos manuais, com tesoura de ponta redonda e sob superevisão de adultos.


5 anos


Treinamento e motricidade já bem definidos. Descobre a satisfação em tentar resultados diferentes e conseguir realizar trabalhos esteticamente bonitos. A gama de opções cresce bastante. Torna-se mais sociável, descobrindo o prazer de brincar em grupo.


Sugestões de brinquedos: Modelagem em massinha, argila ou gesso, canetas e caderno de desenho, quebra-cabeças, pular corda, jogos coletivos com regras e objetivos mais elaborados.


6 anos


A criança já é capaz de realizar diversas tarefas sozinha: troca a própria roupa, escova os dentes, dá laço em tênis. Bastante independente, já conhece a função de cada objeto. Surge um interesse maior por jogos eletrônicos e computador. Há bastante polêmica neste sentido, mas bem dosada a tecnologia estimula o raciocínio e o desenvolvimento de estratégias.


Sugestões de brinquedos: Jogos eletrônicos, Jogos em computador, bonecas, palavras cruzadas, jogos com figuras e letras que representem a letra inicial do objeto.


7 a 9 anos


Raciocínio lógico pode ser usado quase em sua totalidade, permitindo o trabalho com jogos de estratégias simples.


Sugestões de brinquedos: Jogo da velha, jogo de damas e trilha


10 a 12 anos


Com o pensamento lógico desenvolvido em sua plenitude, pode-se usar jogos mais complexos e estratégias que necessitem de abstração.


Sugestões de brinquedos: Estratégias de guerra, batalha naval, jogos de tabuleiro que forcem cálculos, previsões, custos e lucros Jogos de conhecimento geral com perguntas e respostas das mais diversas áreas.

(Fonte: Minha Vida, Saúde, Alimentação e Bem-estar)


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