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Desnutrição

Gravidez: obsessão por magreza coloca mãe e bebê em risco

Redação Bonde
11 nov 2011 às 10:53

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- Reprodução
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Antes da década de 1990 era praticamente normal que as mulheres ganhassem 20 ou 30 quilos durante a gravidez. Hoje, sabe-se que para oferecer todos os nutrientes necessários ao bebê não é preciso engordar tanto – e nem é saudável. Mas o contrário também não é recomendado: exagerar nos esforços para não ganhar peso pode ser tão perigoso quanto engordar demais.

Segundo Marle Alvarenga, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, atualmente a maioria das mulheres já começa a gestação com os olhos fixos na balança e pedindo para ganhar o mínimo de peso possível.

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Para o psicólogo Alberto Olavo Advincula Reis, a maternidade não ocupa mais um lugar tão importante na sociedade. "Hoje, a gravidez aparece como algo que não deve atrapalhar a vida profissional e pessoal ou o físico da mulher. Ela olha para si, e não só para o bebê", explica ele, que é coordenador do Laboratório de Saúde Mental Coletiva do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP.

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Especialistas são unânimes: esse tipo de comportamento é reflexo do que se vê na televisão, no cinema e em revistas - mulheres sempre magras, mesmo logo após darem à luz. Como vivem de suas imagens, as celebridades apostam em ganhar pouquíssimo peso na gestação. E, se os quilos foram inevitáveis, somem por algumas semanas e ressurgem surpreendentemente magras, desafiando as mulheres a conseguir o mesmo feito. E nesse ponto que essa influência é negativa. As mulheres comuns, com ganho de peso normal e que não perdem tudo em uma semana, sentem-se inferiores, se comparadas às celebridades, que aparecem de biquíni um mês depois, com a barriga chapada.

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Mommyrexia


Essa onda de perseguir implacavelmente a boa forma, mesmo durante a gestação, já criou até uma tendência, chamada na mídia internacional de "mommyrexia", uma espécie de "anorexia da mamãe" (mas que não se refere só a mulheres com um transtorno alimentar). Para Alberto Reis o termo "mamoréxica" carrega uma visão conservadora diante das mudanças sociais, de quem aceita pouco a autonomia feminina.

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Especialistas relatam que essa preocupação excessiva com o ganho de peso é observada em todas as classes sociais.


Peso ideal

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Para conseguir uma dieta saudável, a grávida não deve ficar tão atenta às calorias, mas, sim, aos nutrientes, cuja necessidade é maior durante a gestação. Uma mulher que começa a gestação com estado nutricional adequado (IMC entre 18,5 e 25) deve ganhar entre 11 e 16 kg, no total. Para mulheres obesas, o ganho total é de 7 kg; para as com baixo peso pré-gestacional, de 12 a 18 kg.


Para não cair na obsessão pela magreza, a mulher precisa ter consciência do inevitável: vai ganhar peso. O corpo passa por uma série de transformações e ajustes durante a gestação. Há acúmulo de água no organismo e também o peso da placenta, líquido amniótico e do próprio bebê.


Em todas as fases da gravidez a futura mamãe precisa ter em mente que o mais importante é sua saúde e a de seu filho. Com uma dieta de poucas calorias, o bebê pode não ter o desenvolvimento adequado e há mais risco de mortalidade ao nascer. Em caso de desnutrição extrema, pode haver morte uterina, aborto e má formação fetal. Já a mãe pode facilmente ficar anêmica e ter outras deficiências nutricionais, pois o bebê absorve toda a energia possível dela. Isso pode levar a complicações no parto.

As mamães também devem ficar atentas e não se desesperar com o acumulo de peso no final da gravidez. Muitas mulheres restringem muito o seu consumo alimentar nos últimos dois meses de gestação, para não ganhar ainda mais peso. E é justamente no último trimestre que ocorre o maior ganho de peso do bebê. (Fonte Uol Estilo de Vida)


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