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Prevenção

Jovens (ainda) precisam saber o que é sexo seguro

Folha de Londrina*
21 mai 2010 às 09:56

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- Reprodução
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Pesquisas apontam que falta de conhecimento pelos adolescentes sobre sexo seguro tem aumentado significativamente os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) nessa faixa etária. ''O papilomavírus humano (HPV), por exemplo, pode ser contraído sem penetração, mesmo usando camisinha. Cabe aos pais e responsáveis ter a iniciativa de vacinar suas filhas a partir dos 9 anos de idade, entre outras medidas preventivas'', recomenda a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai. O assunto está na pauta da 11 Jornada Nacional de Imunizações e da VI Jornada Fluminense de Imunizações, que começou quarta-feira e termina amanhã, no Rio de Janeiro.

Estudo publicado este ano na Teen Health & Wellness aponta que a maioria dos adolescentes norte-americanos pensa que nunca terá algum tipo de doença sexualmente transmissível. Entretanto, um em cada quatro se torna infectado. Nos EUA, todos os anos, três milhões de jovens contraem algum tipo de DST. Um outro estudo no Canadá, revela que 4% dos que têm entre 15 e 24 anos - que tenham tido relações sexuais pelo menos uma vez - foram diagnosticados com uma doença sexualmente transmissível em algum momento de suas vidas.

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A médica Isabella Ballalai avalia que os jovens têm hoje a internet e uma conversa mais aberta com os adultos, mas é preciso mais do que isso. ''As estatísticas apontam esse total desconhecimento dos jovens sobre sexo seguro. Os educadores, pais e médicos devem ser incisivos em explicar as formas de prevenção de cada doença transmitida sexualmente e apresentar soluções'', diz.

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No caso da hepatite B, a transmissão via sexual se dá pelo sêmen e pela secreção vaginal. A doença pode se tornar de alto risco para o óbito por câncer hepático e cirrose quando ocorre infecção crônica. ''Quem tem menos de 20 anos, pode buscar a rede pública para se vacinar contra a hepatite B. O uso da camisinha também é imprescindível para a prevenção dessa doença'', destaca Isabella.

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Já em relação ao HPV, os especialistas explicam que a transmissão do vírus pode acontecer mesmo pelo contato da bolsa escrotal com a vulva, por exemplo, sem precisar de penetração na relação sexual. ''Temos um número significativo de jovens que desconhecem isso e que estão contaminados'', ressalta a médica. Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira, feita pela ginecologista Denise Monteiro, aponta que no primeiro ano de atividade sexual 24,1% das jovens pesquisadas com idade entre 11 e 19 anos apresentaram lesões no colo do útero. ''Durante a pesquisa com 403 garotas, encontramos algumas com apenas três meses de atividade sexual e que já apresentavam lesão de alto grau'', explica Denise. O câncer de colo de útero, originário da lesão, é o terceiro mais comum em mulheres, seguido do de pele e de mama.


Já está comprovado que 99% das mulheres que têm câncer de colo de útero foram antes infectadas pelo HPV. ''Além da vacina, é preciso levar as adolescentes ao ginecologista, desde a primeira menstruação, para receberem orientações adequadas sobre a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis'', ressalta Isabella.

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As vacinas


Todos os jovens com menos de 20 anos de idade podem se vacinar na rede pública contra a hepatite B. De acordo com o Calendário de Vacinação do Adolescente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), a vacinação contra a hepatite B é feita em três doses. ''Essa vacina é segura e apresenta 95% de eficácia'', informa a médica.


Em relação à vacina anti-HPV, somente as mulheres devem tomar as doses de vacina indicadas, mas pesquisas já estão sendo feitas para a prevenção dos homens. ''Existem mais de cem tipos de vírus HPV. As duas vacinas disponíveis nas clínicas de vacinação previnem contra os subtipos responsáveis pelo câncer de colo do útero'', explica ela. A Cervarix protege contra os tipos 16 e 18, causadores de 70% dos cânceres de colo de útero e que apresenta proteção adicional contra os tipos 31 e 45, que são responsáveis por 10% dos cânceres do colo de útero. A outra vacina é a Gardasil que protege contra os tipos 6 e 11, responsáveis por 90% das verrugas, e os tipos 16 e 18, responsáveis por 70% dos cânceres de colo do útero. Ela ainda oferece proteção adicional contra o tipo 31, também causador desse tipo de câncer.

*Mais informações sobre o Calendário de Vacinação do Adolescente 2009 da Sociedade Brasileira de Imunizações no site www.sbim.org.br


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