Uma pesquisa divulgada recentemente levou os pesquisadores da Stony Brook University a concluírem que casais que estão juntos há mais de 20 anos podem sim, se sentir tão apaixonados quanto aqueles que acabaram de se conhecer. E você que não apostava em paixões duradouras, pode começar a rever os seus conceitos.
Para alcançarem esse resultado, os pesquisadores avaliaram dez mulheres e sete homens casados em um tempo médio de 21,4 anos. Os voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional (fMRI, sigla em inglês) enquanto visualizavam imagens faciais dos seus parceiros. As imagens de controle incluíram pessoas familiares, amigos de curto e longo prazo e pessoas pouco familiares.
Efeitos específicos para aqueles que amavam intensamente seu parceiro de longo prazo foram encontradas em regiões consistentes com pesquisas anteriores feitas com casais que se encontravam na fase inicial do romance. Os resultados sugerem que, para alguns indivíduos, a recompensa de valor associado a um parceiro de longo prazo pode ser sustentada e semelhante a de um novo amor. Mas ela também envolve sistemas cerebrais implicados na ligação e união do casal.
A pesquisa traz a tona uma questão: a chama da paixão fica acesa durante 20 anos ou se transforma em alguma coisa mais consistente ao longo do tempo? Para o psiquiatra e diretor da UNATI (Universidade Aberta da Terceira Idade), Renato Veras, a paixão atua de forma diferente em cada caso, não existe um padrão único. "Quando um casal está se conhecendo, a paixão é algo que se manifesta através de um grande contato entre eles, e também nas relações sexuais. Quando o casal se conhece há mais tempo ela se mostra de outras formas, como ao marcar uma viagem em família ou tomar um vinho no restaurante preferido. As paixões podem ser intensas, cada uma do seu jeito, e em todas as fases do relacionamento do casal", defende.
Embora alguns casais já não sintam esse fogo da paixão arder com tanta intensidade quanto outros, o fato de simplesmente estarem juntos pode proporcionar o equilíbrio que ambos precisam para manter a relação estabilizada. "Algumas coisas que seriam irrelevantes em um relacionamento recente podem se radicalizar com o passar do tempo, tanto as coisas boas quanto as más. Cabe ao casal saber se quer continuar junto apesar dos desentendimentos. Uma relação pode sobreviver acomodada em uma raiva reprimida, mal-estar ou mágoas. Casais que vão por esse caminho acham mais confortável ficarem juntos do que começarem novos relacionamentos", explica Veras. (Fonte: Mais de 50)