Em dez anos, as mulheres serão maioria no mercado de trabalho brasileiro. Elas já correspondem a 42,4% da mão de obra do País, participação que desde 1992 cresceu 9,3%, enquanto a masculina caiu 5,9%, para 57,6%, segundo o IBGE. De 92,4 milhões de ocupados, 39,2 milhões são mulheres. Com base no crescimento médio anual da participação feminina no mercado de trabalho (0,3 a 0,4 ponto porcentual), é possível prever que em 2020 haverá mais mulheres empregadas do que homens no Brasil. Nos EUA isso acaba de ocorrer.
Segundo a "The Economist", em outubro as mulheres já eram 49,9% da força de trabalho. Para o gerente da pesquisa de emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, o que sustenta a "feminização" da força de trabalho é o maior nível de escolaridade.
Embora ocupe mais espaço, o poder feminino é pouco representativo em cargos de chefia. Entre as exceções está Ana Paula Camano, diretora do departamento jurídico da Ford há 2,5 anos. Ela entrou na empresa em 1989. Hoje, aos 46 anos, diz que nunca passou "por nenhum constrangimento" e teve uma das promoções quando estava grávida.