Desde que a epidemia de gripe suína se espalhou pelo mundo, um grupo em especial, o das gestantes, está em alerta. As grávidas, assim como idosos e crianças, são consideradas um grupo de alto risco para a infecção. "No nosso atendimento diário, temos investido em prevenção e informação para não criar pânico sem necessidade entre as gestantes. É preciso lembrar que, na gestação, há outros vírus mais graves que o influenza A (H1N1). O ideal é que a gestante não seja infectada por nenhum deles, principalmente no primeiro trimestre, quando está acontecendo a divisão celular fetal.
A principal recomendação é evitar locais fechados e grandes aglomerações, pois estes ambientes podem permitir a circulação do vírus e aumentar a probabilidade de contaminação. Depois, reforçarmos os apelos para que a grávida lave bem as mãos. Lavar as mãos com água e sabão é uma das formas de evitar contágio de doenças infecto-contagiosas", explica o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.
As mudanças esperadas para qualquer gestação normal – como alterações respiratórias, cardiovasculares e imunidade reduzida – facilitam a infecção por esse vírus e as complicações que ele causa, como rápida evolução para pneumonia e septicemia. "O risco é ainda maior para as mulheres que têm problemas respiratórios prévios à gestação, como asma e bronquite, porque o sistema respiratório já está debilitado", explica o ginecologista.
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Se a mãe pegar a gripe suína, o bebê também corre risco. "Febre alta da mãe pode ser prejudicial para o embrião, se ocorrer nas primeiras 6 semanas, e favorecer a ocorrência de alguma malformação congênita. Já se a infecção e a febre incidirem no final da gravidez podem provocar um parto prematuro", diz o ginecologista Aléssio Calil Mathias.
Importância da vacina
As grávidas são consideradas como grupo de risco para a Influenza pandêmica H1N1 porque, durante a pandemia, dentre as mulheres em idade fértil que apresentaram a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em decorrência da Influenza H1N1, 22% eram gestantes.
A vacinação para gestantes está sendo realizada desde o dia 22 de março e, enquanto durar a vacinação, até o dia 21 de maio, a mulher grávida deve buscar a vacinação nos serviços de Saúde da rede pública. Mesmo depois desse período, as mulheres que engravidarem poderão se vacinar nos serviços públicos de saúde.
"Como está sendo utilizada a vacina que não contém o adjuvante - substância imuno-estimulante que entra na composição de uma vacina - mulheres em qualquer idade gestacional poderão ser imunizadas. A vacina que contém o adjuvante só poderia ser administrada a partir do 2º trimestre da gravidez", explica Aléssio Calil Mathias. O Ministério da Saúde optou por vacinar a gestante somente com a vacina sem adjuvante por dois motivos: não atrapalhar a operacionalização da vacinação e evitar que qualquer intercorrência na gestação de mulher inadvertidamente vacinada, antes do 2º trimestre da gravidez, viesse a ser atribuída à vacina.
Não há risco em vacinar grávidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina contra o vírus Influenza A H1N1 é segura para a gestante. "Não há evidências de que a vacina possa causar dano ao feto ou afetar a capacidade reprodutiva, ou, também, sobre a ocorrência de aborto provocado pela vacina nos países em que esta foi administrada para o enfrentamento da pandemia", diz o diretor da Clínica Genesis.
Serviço:
www.clinicagenesis.com.br
http://twitter.com/dralessio
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