Muitas mulheres não conseguem se identificar como gordas ou magras e acabam ficando no campo pejorativo do "gordinha”. Foi na tentativa de excluir essa expressão que surgiu o 'midsize'. Trata-se de denominar este corpo fica no meio termo: não pode ser considerado plus size e nem magro. Apesar de ser proveniente da moda, hoje em dia é uma palavra usada para criar uma comunidade de mulheres que se identificam como 'mid' e que queiram compartilhar suas vivências.
O nome surgiu através da comediante norte americana Amy Schumer que não se via representada na moda plus size e nem pela "padrão”. De maneira espontânea e rápida, o termo foi adotado por mulheres que finalmente se sentiam representadas e inclusas em uma categoria. Há ainda a nomenclatura em inglês "Inbetweeners", que, em tradução livre, significa 'as que estão no meio'.
De uma forma geral, o midsize engloba mulheres que vestem entre os números 44 e 52. O problema é que muitas delas se sentem perdidas nas numerações, principalmente quando em uma marca elas podem vestir 42 e, na outra, 46. A popularização do termo traz consigo uma onda de empoderamento e representatividade para as mulheres que encontram nessa categoria de vestimenta um perfil e modelos a seguir.
Leia mais:
Sobre as jazidas de gás, 1.200 mulheres mantêm viva a cultura do babaçu
Mulheres não são governadas por hormônios, mas menopausa afeta o cérebro, diz pesquisadora
Entenda as diferenças entre perimenopausa e menopausa
Uma em cada quatro pessoas no Brasil conhece vítimas de violência doméstica, diz Datafolha
Para a criadora digital Nanna Fernandes, o midsize contribui com o sentimento de pertencimento. "Não me via nas mulheres magras e nem nas mulheres gordas. Sentia que não havia espaço pra mim, e eu precisava de referências parecidas comigo. Em uma dessas buscas no Google, achei uma reportagem em inglês sobre o tema e me aprofundei para entender melhor. Quando descobri o que era midsize, senti que minha cabeça tinha explodido. Era como se eu tivesse feito a descoberta da minha vida. Mudou completamente a forma que eu me enxergo e me aceito. Não tenho mais vergonha de ter o meu corpo e muito menos de querer maltratá-lo. Consegui buscar referências de mulheres parecidas comigo e me sentir bem em ver que é possível gostar do meu corpo. Que eu não preciso ficar numa busca constante para me encaixar em algo que definitivamente não me encaixo”
Fernandes aponta que, há alguns anos, as marcas não se preocupavam tanto em atender mulheres fora do padrão, mas que "em passos de formiga” a mudança vem acontecendo e está cada vez mais acessível consumidor este tipo de produtos.
Influenciadoras midsize
O movimento midsize busca um lugar para mulheres que tem seus corpos invisibilizados pela população e marcas de roupas. Se você se enquadra no campo mid, elas são a escolha certa para inspiração de looks e coleções inclusivas.
Nanna Fernandes (@nannoca)
Seguidora do movimento body positive, a influenciadora criou a #NoMeuCorpoÉAssim e mostra seu dia a dia e combinações de roupa para o corpo midsize.
View this post on InstagramPublicidade
Andressa Almeida (@eu.andy)
Em seu instagram, a modelo ensina o que é o midsize e posta relatos de como aceitar seu corpo. Possuindo um dos maiores nomes desse meio, a influenciadora conta com mais de 26 mil seguidores na rede social e criou as campanhas #ProjetoVerãoMeuCorpãoSemEdição #MeuCorpoMid
*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.