Morreu, na madrugada desta terça-feira (15/02), o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, aos 81 anos, em decorrência de complicações do AVC (Acidente Vascular Cerebral). A síndrome neurológica é decorrente da alteração do fluxo de sangue ao cérebro, ocasionando a morte de células nervosas da região cerebral atingida.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o AVC é a principal causa de incapacidade no Brasil, com uma incidência anual de 108 para cada 100 mil habitantes. Além disso, essa síndrome, com grande prevalência em adultos e idosos, é um dos principais motivos de mortalidade no mundo e responsável por um número considerável de internações no país.
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O acidente vascular isquêmico, ou infarto cerebral, é responsável por 80% dos casos de AVC, quando acontece o entupimento dos vasos cerebrais devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e, pela rede sanguínea, chega aos vasos cerebrais).
Os principais sintomas dos acidentes vasculares isquêmicos são fraqueza ou dormência na face, nos braços ou nas pernas, geralmente afetando um dos lados do corpo; perda súbita da fala ou da visão ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz, dificultando, assim, a cognição do paciente.
Para o médico Guilherme Torezani, coordenador de doenças cerebrovasculares do Hospital Icaraí e também coordenador da neurologia do Hospital e Clínica de São Gonçalo, as principais implicações da doença envolvem a saída desse paciente de sua vida social, por um tempo mais prolongado ou até mesmo para sempre.
“Eu não tive acesso ao prontuário do jornalista falecido, mas acredito que tenha sido um AVC grave, que é quando grande parte do tecido cerebral sofre um infarto ou isquemia e, nesse caso, as sequelas são graves, como: parar de conseguir engolir alimentos que podem, assim como a saliva, parar no pulmão do paciente, gerando infecções ou dificuldade para respirar”, explica o neurologista.
Guilherme complementa que, além desses problemas, o AVC pode causar outras complicações, que devem ter agravado o caso do Arnaldo Jabor. Estas podem ser: restrição de mobilidade e trombose (pelo fato da pessoa já estar muito tempo parada em cima da cama), feridas na pele e até mesmo epilepsia, que são complicações intra-hospitalares do AVC e podem aparecer nesses casos mais graves.
Para Guilherme, indivíduos que pertencem aos grupos de risco devem, portanto, ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes.
“A prevenção ao AVC se faz com um estilo de vida mais saudável, quando se inclui uma alimentação equilibrada associada à prática de exercícios físicos. Dessa forma, a pessoa consegue manter a pressão cardíaca e taxas de colesterol e glicose em níveis aceitáveis. Outro ponto importante é evitar o tabagismo e o consumo em excesso de bebidas alcoólicas, o que, na verdade, além de prevenir o AVC, evita outros problemas graves de saúde”, finaliza o médico.