O Brasil tem 181 empresas dedicadas a soluções e serviços envolvendo criptomoedas e blockchain, de acordo com o relatório inédito da Distrito, empresa com foco em fomentar a inovação de outras corporações iniciantes. Nesta linha, caracteriza-se que as criptomoedas são ativos digitais com representatividade ou não em ativos maleáveis. A blockchain, por sua vez, é a tecnologia que promove o suporte e o registro das transações em criptoativos.
Intitulado como "Distrito Blockchain e Criptomoedas Report”, o estudo aponta que 80% das startups dedicadas à área foram criadas nos últimos cinco anos, quando a demanda por criptoativos explodiu no país. Ao todo, o valor investido no segmento no decorrer dos dez primeiros meses de 2020 foi de US$ 1,6 milhão (R$ 8,71 milhões) – um aumento de 62% em comparação a 2019.
Apesar de receber destaque, o montante representa uma escala menor do que os investimentos globais nesses setores, que alcançam a marca de US$ 8,9 bilhões (R$ 48 bilhões) desde 2015 na modalidade geral e de US$ 5,8 milhões (R$ 31,5 milhões) no Brasil, investidos em 31 aportes.
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Assim, o mapeamento das empresas é apresentado em uma divisão referente a cinco áreas de atuação. A mais expressiva é a de empresas que optam por prestar serviços financeiros, com 49,7% de adesão. Essas são as startups com soluções como pagamentos, transferências, câmbio, negociação de ativos digitais, como a EOS Coin, e oferta de crédito. Em seguida, aparecem os nichos de Blockchain-as-a-service (23,2%), com a criação de plataformas para terceiros, e Segurança Digital (12,7%), com recursos para viabilizar processos que regulam as práticas, assim como a segurança dos contratos e demais práticas.
Gestão e Rastreio de Ativos (9,9%), que oferece tecnologia aplicada em localização de ativos físicos, frotas, cadeias produtivas e estoque, e Marketing e Mídias Digitais (4,4%), com soluções digitais para a melhora da experiência do usuário e engajamento virtual, finalizam a classificação.
"De maneira geral, os investimentos nas startups de blockchain estão concentrados em rodadas entre investimentos-anjo e Séries A, o que mostra um potencial gigantesco de crescimento desta tecnologia aqui no Brasil", comentou Tiago Ávila, líder do Distrito Dataminer, braço de inteligência de mercado da Distrito.
Segundo o levantamento, a demarcação regional é presente nos negócios abertos no Brasil. Cerca de 90% das startups de blockchain estão concentradas nas regiões Sudeste (67,4%), sendo 46,4% no estado de São Paulo, e Sul (19,9%). Nordeste (6,1%), Centro-Oeste (4,4%) e Norte (2,2%) aparecem logo depois.
"O blockchain está amadurecendo rapidamente e hoje figura como uma solução viável para resolver diversas classes de problemas de negócios. Depois da fase de debates sobre o desenvolvimento da tecnologia e a comprovação de sua eficácia técnica, atualmente já pode ser implementada em vários setores, com destaque para o financeiro e os de logística e rastreabilidade", analisa o sócio líder de tecnologia, inovação e transformação digital da KPMG, Frank Meylan.