Distrito do Espírito Santo, oeste do Município de Londrina. Quando a Estrada da Cegonha encontra uma plantação de hortaliças, há uma localidade conhecida como Água do Lontra, núcleo de agricultura familiar onde vive um jovem casal que, pelo tratamento de saúde de uma criança de 7 anos, decidiu correr o risco de sofrer hostilidades e de lidar com estigmas e preconceitos.
Sobre um jirau, sob uma estufa, repousam e tomam corpo alguns pés de maconha, matéria-prima para a produção de um óleo medicinal que está devolvendo a esperança para Caetano e Jennifer, ambos de 22 anos, e do filho Felipe, 7 anos.
O menino faz tratamento para distúrbios de neurodesenvolvimento, o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade e um grau moderado do TEA (Transtorno de Espectro Austista), combinação que afeta o potencial de aprendizado, interfere na capacidade de comunicação e nas habilidades para a interação social.
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Os pais perceberam uma acentuada melhora no quadro de saúde de Felipe desde que ele passou a usar o óleo de canabidiol produzido a partir de uma plantação legalizada em uma fazenda no Oregon, nos Estados Unidos. Segundo os pais, a medicação convencional chamada risperidona tinha efeitos negativos em Felipe, principalmente sonolência constante e ganho de peso.
Com o canabidiol, duas gotas embaixo da língua de manhã e outras duas gotas de noite, os efeitos colaterais desapareceram e a eficácia do tratamento deu um salto, de acordo com os pais, professores e o médico generalista Renan Abdalla, que faz o acompanhamento do caso. "Foi quase uma mágica. Com dois meses de uso do óleo, ele aprendeu a ler e depois começou a mostrar um talento muito grande para matemática”, conta a mãe.
Felipe, aluno do 2º ano do ensino fundamental de uma escola rural próxima ao sítio, também ficou mais carinhoso e menos agitado. O garoto arredio descobriu o prazer de um abraço e se aproximou dos tios. A psicóloga diz que ele está mais sereno, atento e cuidadoso, conta a mãe.