Na década de 1950 o dia 28 de abril passou a ser o Dia da Sogra no Brasil. Não se sabe ao certo a origem da data, mas todo mundo tem uma história com a sogra. É comum que exista medo e tensão no início da relação. Muitos casais passam por isso e têm a questão resolvida ao longo do tempo. Além disso, todo momento de adaptação é um desafio, nesse caso, os dois lados sofrem. A questão é: superar pode ser difícil, mas não é impossível.
Ter que lidar com o medo e tensão no início da relação com a sogra já é complicado, mas, quando há um preconceito, ainda muito presente na sociedade, é pior ainda. "Quando você é LGBTQIA+ além dos atritos que são de convivência você acaba tendo que lidar com barreiras causadas pelo preconceito das outras pessoas com a nossa existência, então é muito mais complexo que um início de relacionamento de um casal hetero”, conta Jéssica Órtis (22), namorada de Amanda.
Neste Dia da Sogra, casais LGBTQIA+ contam suas experiências e mostram como, juntos com suas sogras, venceram o preconceito. O primeiro contato é sempre o mais assustador. Órtis conta que sua sogra "se mostrou uma pessoa muito séria de início, mas acredito que era para impor respeito e autoridade, para intimidar”.
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A questão da rivalidade também está presente nas relações, mas principalmente, entre mulheres. A rivalidade feminina entre sogra e nora, para Órtis, é passada por gerações e acaba estando presente mesmo que não se perceba. Já na relação de Rafael Inácio (29) com a mãe de seu namorado, não existe rivalidade. Segundo ele, o início foi um processo de frieza vinculada à falta de conhecimento entre os dois.
O tempo, que é essencial em qualquer outra relação, também é importante para que a convivência deixe de ser tensa. Órtis conta que com o passar dos meses, ambas foram criando proximidade e confiando na outra. Também foi assim com Inácio. "Aos poucos também, ela foi conhecendo minha vida, família e vendo que o que importava era o amor e a felicidade.”, conta.
O fato é que há uma estereotipização das sogras que precisa ser quebrada. A relação pode ser mais complicada quando há preconceito, mas, com o tempo e convivência, tende a melhorar.
Rafael Inácio diz que o respeito é fundamental para o processo. "Respeitar os limites, as crenças, e estabelecer o diálogo através do que efetivamente é importante”, diz ele. Jéssica Órtis também aconselha usar o diálogo. Para ela, é importante saber a origem do atrito para conseguir melhorar, além disso, a terapia psicológica também foi uma grande aliada no processo.
Muitas vezes, o que falta é empatia dos dois lados. Por isso, se colocar no lugar do outro é essencial.
*Sob supervisão de Fernanda Circhia