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Tratamentos inovadores para asma garantem qualidade de vida em pacientes graves

04 mai 2021 às 16:10

Hoje é Dia Mundial da Asma, doença que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros1 e é uma das condições crônicas mais comuns do mundo. Além das adversidades inerentes à enfermidade, a pandemia da COVID-19 é mais um desafio que precisa ser enfrentado, já que que dificulta o acesso ao tratamento e coloca asmáticos graves no grupo de risco.


Engana-se quem pensa que a doença se limita à uma simples falta de ar. Tosse, chiado, aperto no peito, despertar noturno e dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia também são sintomas da asma. Embora os números exijam atenção - a asma mata, diariamente, seis pessoas no Brasil2 - existe uma boa notícia: apesar de não ter cura, o tratamento permite um ótimo controle da doença e garante ao paciente uma vida normal, sem sintomas ou com sintomas mínimos3.


A asma alérgica é um dos fenótipos mais comuns, representando 70% dos casos. A atenção se volta para os cerca de 5% dos casos no mundo considerados graves4 e responsáveis pela maior parte da mortalidade associada à doença5. Em crianças, a asma pode causar restrições nas atividades diárias e ter impacto negativo na qualidade de vida6. No Brasil, aproximadamente 20% das crianças convivem com a asma7.


"Com certeza é possível que o paciente asmático tenha uma vida normal, porém, com o devido controle da doença. É necessário um acompanhamento conjunto com um especialista (alergista-imunologista ou pneumologista), avaliação da sensibilização alérgica para que se possa realizar a profilaxia ambiental (limpeza e cuidados específicos com o ambiente com o qual o paciente interage) e o tratamento adequado, tanto no período das crises como também na profilaxia, para que as crises não aconteçam com tanta frequência”, explica a Professora Doutora Janaina Melo, médica alergista pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Mestre e Doutora pela USP e Preceptora do Serviço de Alergia e Imunologia da USP-RP.


Por se tratar de uma doença viral, o novo coronavírus representa um grande risco a pessoas que possuem asma grave, colocando, inclusive, esses pacientes no grupo de risco. Um dos motivos é a chance elevada dos asmáticos de desenvolver complicações respiratórias. Já pacientes com asma leve ou moderada controlados não são incluídos no grupo de risco ao Covid-19. "De acordo com os atuais estudos da Covid-19, os pacientes com asma grave são pacientes que precisam ser avaliados com cuidado, pois podem, caso contraiam a infecção de Covid-19, ter sequelas perigosas”, complementa a doutora Janaina Melo.


O paciente com asma deve seguir todas as recomendações determinadas pelo Ministério da Saúde em caso de febre e sintomas respiratórios, além de ajustar o tratamento da asma, se necessário, conforme recomendações feitas pelo seu médico. Nos casos graves, como febre alta e falta de ar, a recomendação é procurar um serviço médico com urgência8.


Tratamentos inovadores melhoram qualidade de vida dos pacientes


Apesar de já existirem alternativas mais seguras e eficazes, o uso de corticoides orais para o tratamento contínuo da asma ainda é comum. Contudo, a escolha desse tipo de medicação a longo prazo pode acarretar efeitos colaterais como hipertensão, diabetes, afinamento da pele, problemas dentários, aumento da incidência de osteoporose, casos de catarata e glaucoma9. Como alternativa estão os tratamentos imunobiológicos, que podem reduzir o número de exacerbações, o número de idas à sala de emergência e as taxas anuais de hospitalizações10.


Os pacientes que necessitam de tratamento para asma alérgica grave recentemente tiveram novidades com a inclusão de novas opções de medicamentos, inclusive imunobiológicos, nos planos de saúde. Desde 1º de abril, entrou em vigor a incorporação destas novas tecnologias com cobertura via planos de saúde no Brasil11, conforme publicação no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS).


Já o paciente que busca o Sistema Único de Saúde (SUS) será tratado de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), que determina as melhores estratégias para diagnóstico, tratamento e monitoramento de cada doença. No caso do PCDT de asma, a última atualização do documento aconteceu em 2013, o que significa que os novos medicamentos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde então, ainda estão de fora da linha de tratamento oferecida pelo SUS.

Com este protocolo sem atualização há oito anos, os profissionais de saúde do SUS não conseguem prescrever medicamentos mais inovadores, como os biológicos, que não estejam no protocolo. "É importante discutir a atualização do PCDT porque existem muitos medicamentos novos que foram aprovados desde a última atualização. O tratamento para a asma vem melhorando a cada ano, com inovações específicas para os diversos fenótipos de asma, principalmente com a inclusão dos imunobiológicos, que são tratamentos direcionados a pacientes com asma grave”, completa a médica.


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