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Confira dicas de atividades educativas para as crianças na quarentena

24 mar 2020 às 16:35

Crianças em casa, tempo de sobra e um desafio para pais e responsáveis: manter o desenvolvimento dos pequenos em tempos em que a quarentena faz parte da rotina das famílias de todo o mundo. Momento que a criatividade e o lúdico precisam aflorar no ambiente familiar, para que muito do que as crianças aprenderam neste primeiro trimestre do ano letivo não fique esquecido e acabe prejudicando o aprendizado quando as aulas retornarem.

O ato de brincar tem todo o potencial para se aprofundar em temas trabalhados pela pedagogia. O diálogo entre o brincar e o aprender vem de longa data e é alicerçado por linguistas, pedagogos e historiadores do século XX. Este é um momento único para colocar esses conceitos em prática e fortalecer ainda mais o vínculo entre pais e filhos, fundamental para superar esse momento tão complexo da sociedade.


A professora de educação infantil e do curso de pedagogia da Unopar do Piza, Viviane Batista Carvalho, elenca atividades lúdicas e educativas para crianças de 0 a 5 anos. Ela cita porém, que as ações de 0 a 3 anos são diferentes comparado às crianças de 4 e 5 anos, que já estão na pré-escola.


TEXTURAS, CANÇÕES E BRINCADEIRAS SIMPLES


Para os bem pequenos – de 0 a 3 anos – brincadeiras com texturas, como caso de gelatinas atóxicas e tintas comestíveis são excelentes alternativas para o aprendizado e o desenvolvimento delas. Objetos de cozinha, como panelas e utensílios não cortantes também prendem demais a atenção dos bebês. "Esse tipo de brincadeira mantém a concentração deles, podendo chegar a cerca de 30 minutos, o que é um tempo excelente nesta idade. Se a família tiver um quintal, também pode brincar com coisas simples, como pedrinhas, areia e bola. Como a presença dos pais será constante, elas vão adorar”.


As canções e contação de histórias – recursos muito usados na educação infantil – também são bem simples de reproduzir em casa. "Foque em cantar músicas e relembrar histórias sem precisar de recursos tecnológicos – como celular e televisão – estimule ao máximo a interação presencial. Nesse tipo de brincadeira lúdica, as crianças permanecem geralmente atentas por 10 a 15 minutos. Portanto, o ideal é fazer uma alternância das atividades. Quando a criança começa a ficar chorosa, geralmente é porque já está entediada com a brincadeira”, salienta a professora Viviane.


COLAGEM, RECORTE E RECICLAGEM


Para as crianças da pré-escola – de 4 a 5 anos – o leque de atividades lúdicas também é interessante, sendo que a capacidade de concentração delas já é pouco maior. A pedagoga cita o recorte de jornais e revistas, colagens, bola, bambolê e a produção de brinquedos com material reciclável. "Brinquedos com garrafas pets e potes de iogurte são bem simples de fazer, como por exemplo um telefone sem fio com copos e barbante. Já nas colagens, as crianças têm contato com as letras e figuras fundamentais para a alfabetização”.


Todas essas ações são importantes que estejam balizadas em uma rotina, algo que a escola de forma geral enfatiza no dia a dia. "Horário de comer, de tirar o soninho e de brincar são bem trabalhados nas escolas. É interessante manter isso em casa, deixar no desenho, no máximo, 30 minutos pela manhã e por mais meia hora à tarde, além de evitar brinquedos ‘prontos’ que desestimulem a criatividade”, complementa a professora da Unopar


NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL: LEITURA E RACIOCÍNIO LÓGICO SÃO A BASE


Para as crianças dos 6 aos 10 anos, do 1º ao 5º ano da educação fundamental – boa parte com uma nova rotina de atividades, viabilizada pelas atividades do Ensino à Distância - os trabalhos de leitura, interpretação de texto e raciocínio lógico são essenciais neste momento. A falta de ações neste sentido por semanas pode fazer com que eles percam a evolução da linguagem escrita e do raciocínio como um todo. "Manter determinados estímulos neste momento favorecerá o desenvolvimento das habilidades intelectuais, que irão favorecer no processo de aprendizagem ao retornarem para a escola, considerando a recuperação de outros conteúdos acadêmicos, explica a professora do curso de pedagogia da Unopar do Piza, Josiane Rodrigues Barbosa.


Para trabalhar a linguagem, buscar histórias para leitura no tablet ou celular pode ser uma opção caso as opções de livros físicos sejam escassas em casa. "Mas, além disso, por exemplo, é possível criar jogos que estimulem o desenvolvimento da leitura, escrita e interpretação, como jogos com cartas que contenham perguntas e respostas considerando vocabulários da língua portuguesa com regras definidas, possibilitando a toda a família a participação”.

Já para ações de raciocínio lógico, a criação de jogos de tabuleiro com material reciclável é boa pedida. "Um jogo numérico, com dois dados, um com números de 1 a 6 e o outro com os sinais de operação matemática já pode ensinar muito para eles. Estamos falando de um tempo que pode ser de até 50 minutos - dia sim, dia não - e que já faz uma diferença enorme para eles”, complementa a coordenadora.


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