Notícias

Estudantes da UEL recebem prêmios por apresentações em congressos de microbiologia

11 nov 2021 às 16:07

Dois estudantes da área de Ciências Biológicas da UEL (Universidade Estadual de Londrina) foram premiados por apresentações orais em dois congressos da área de Microbiologia. O graduando em Ciências Biológicas Eduardo Azevedo Lonardoni, do 3º ano do curso, foi premiado no 31º Congresso Brasileiro de Microbiologia, enquanto o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia –CCB (Centro de Ciências Biológicas), Diego Henrique Morandi, recebeu a premiação ao apresentar-se no IV Congresso Paranaense de Microbiologia. Ambos os estudantes são orientados pelo professor Luciano Aparecido Panagio, do Laboratório de Micologia, do Departamento de Microbiologia, do CCB.


A apresentação de Eduardo foi sobre a “Otimização do crescimento do fungo Pleurotus ostreatus, conhecido como “shimeji”. O fungo, segundo o estudante, tem aplicação no processo de biorremediação. “É um fungo utilizado na alimentação, mas o estamos avaliando para utilização no processo de reúso de plástico não reciclável”, explicou. O processo de otimização faz parte de um estudo sobre a biodegradação de polímeros que formam os materiais plásticos.


O tema apresentado pelo estudante é derivado da tese de doutorado de Aline Ratuchne, do mesmo programa de Pós-Graduação, chamada “Aplicação de resíduos orgânicos e plásticos não recicláveis como substratos para crescimento de fungos basidiomicetos na produção de biomateriais”. 


“A otimização do crescimento de P. ostreatus é parte fundamental de um trabalho muito maior, que estuda a ação direta das enzimas produzidas pelo fungo sob a degradação de plásticos não recicláveis e matéria orgânica. Juntos, esses materiais que antes seriam incinerados ou descartados em aterros sanitários, resultam em um biomaterial versátil, com valor agregado e amigo da natureza”, comentou.


Substâncias antimicrobianas - Já a apresentação de Diego, chamada “Síntese, caracterização e potencial antifúngico de nanopartículas de prata biogênicas produzidas por Lichtheimia ornata contra fungos dermatófitos”, aborda outra linha de pesquisa desenvolvida no laboratório de Micologia. 


O jovem estuda o desenvolvimento de novas substâncias antimicrobianas com uso de nanopartículas metálicas (de prata), que têm atividade antimicrobiana. O estudo do fungo L. ornata deve contribuir principalmente no desenvolvimento de um produto com função antimicrobiana utilizado nas indústrias farmacêutica e veterinária.


“A intenção é utilizá-lo (o fungo) contra organismos dermatófitos, causadores de várias doenças de pele em humanos e animais”, explicou o mestrando. O material pode ser utilizado na produção de pomadas, curativos de uso tópico e desinfecção de superfícies, entre outras utilizações. “É uma nova forma de controle de fungos em humanos. Outro uso importante é no segmento pet e de grandes animais”.


Da graduação ao doutorado - As duas pesquisas premiadas, de diferentes projetos coordenados pelo professor Luciano Panagio, envolvem estudantes de todos os níveis de aprendizado, da graduação ao doutorado. 


“Um dos méritos dessa premiação é justamente envolver estudantes de vários níveis, o que colabora para o crescimento individual e do grupo”, considerou. “Além disso, serve como um incentivo aos outros estudantes do curso e, também, da área de Microbiologia.


A intenção do grupo é elaborar produtos que possam ser aplicados no mercado, em indústrias variadas, do setor moveleiro (os polímeros podem ser adicionados a madeira e aos fungos, formando um material que pode ser utilizado na confecção de painéis acústicos, por exemplo) ao setor de fármacos.


“São estudos que envolvem tanto a pesquisa básica como a aplicada. A intenção é, além de disseminar conhecimento acadêmico, criar novos produtos e, ao mesmo tempo, inserir a universidade e alunos no contexto da inovação tecnológica.  No momento estamos em fase de testes e prototipagem, avaliando características dos novos materiais, como a resistência, e, também, concentrações e formulações para as nanopartículas com ação antimicrobiana”, completou.


A pesquisa que envolve plástico não reciclável contou com o apoio da multinacional Sonoco, do segmento de embalagens para usos diversos.

Continue lendo