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Saiba como foi!

Gagárin quase morreu no 1º voo espacial, mostram documentos

Redação Bonde com Folhapress
12 abr 2021 às 15:26
- Reprodução/GettyImages
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Sessenta anos depois, a trama geral é bem conhecida, embora permeada de lendas: em 12 de abril, Iuri Gagárin se tornou o primeiro ser humano a deixar a Terra, dando uma volta ao redor do mundo em sua cápsula Vostok-1, antes de retornar ao chão. O que poucos sabem é que, por muito pouco, a primeira missão espacial tripulada da história não terminou em catástrofe.


A história do programa espacial soviético lembra muito as famosas matrioscas russas: bonequinhas que, ao serem abertas, vão revelando figuras cada vez menores e mais profundas. Segredos dentro de segredos.

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Os últimos foram desenterrados em 2015, pelo historiador bengalês-americano Asif Siddiqi, revirando documentos liberados pelo governo russo em 2011. Entre eles, Siddiqi encontrou um relatório, marcado como "confidencial", destinado às mais altas autoridades soviéticas, sobre a missão.

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É meio como um sumário dos resultados, preparado pelos engenheiros liderados pelo projetista-chefe Sergei Korolev, em 9 de maio de 1961 –menos de um mês após o voo.

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O documento reafirma muito do que já havia ficado demonstrado por liberações anteriores, como o fato de que Gagárin foi de fato o primeiro cosmonauta (derrubando lendas urbanas de que teria havido outras tentativas anteriores, malogradas, de enviar um soviético ao espaço). Mas apresenta algumas revisões relevantes –a começar pelo tempo total de voo.


Os livros de história, bem como a Federação Aeronáutica Internacional, registram que o primeiro voo espacial tripulado durou 108 minutos, entre a decolagem a bordo de um foguete Vostok, em Baikonur, e a descida de Gagárin ao solo –feita por paraquedas após ele ejetar da cápsula, a 7 km de altitude (por sinal, essa foi a primeira camada da matriosca: do dia do voo até 1971, a União Soviética negou que o cosmonauta tivesse ejetado, porque o registro do recorde com a FAI exigia que o piloto retornasse ao solo no veículo).

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A documentação revela que Gagárin, segundo o próprio relato do cosmonauta (a única testemunha, além de um fazendeiro e sua filha), teria chegado ao chão dois minutos antes do que consta no recorde oficial, indicando um tempo total de voo de 106 minutos.


Para além disso, o documento sublinha o significado de promover um voo espacial pioneiro em meio a uma corrida entre duas superpotências.

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"Descobrimos no documento que, durante a preparação de duas missões precursoras com cães, em março de 1961, e então na fabricação do próprio veículo de Gagárin, pelo menos 70 anomalias foram detectadas nos instrumentos de bordo", diz Siddiqi. "E ainda assim o voo foi adiante!"


O perfil de voo era simples: uma cápsula no topo de um foguete derivado dos mísseis balísticos R-7 seria colocada em órbita, daria uma volta na Terra, e usaria seu retrofoguete para induzir a reentrada, retornando ao solo soviético.

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Contudo, era a primeira vez que se fazia isso com um humano a bordo, e o documento revela que o sistema de suporte de vida "não atendeu totalmente aos requisitos [de design]". Operou no limite para manter o jovem cosmonauta de 27 anos em bom estado.


Também foi identificada uma falha em válvulas de um dos estágios do foguete, o que colocou a nave numa órbita mais alta do que a planejada. Em vez de um apogeu de 230 km, ela acabou com 327 km.

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Pode parecer um detalhe, mas era crítico. A órbita original foi escolhida para fazer a nave reentrar automaticamente, mesmo sem retrofoguetes, em coisa de uma semana –os suprimentos de bordo poderiam sustentar Gagárin por dez dias.


Na órbita real, uma reentrada não assistida levaria um mês. Ou seja, se o retrofoguete não funcionasse, o cosmonauta morreria em órbita.


O retrofoguete funcionou, mas disparou por um segundo a menos do que o planejado, por falha de outra válvula. Isso fez Gagárin pousar 300 km aquém da área planejada.

De volta ao chão, Gagárin foi encontrado por um fazendeiro e sua filha. "Quando eles me viram no meu traje espacial e com o paraquedas ao lado enquanto eu andava, começaram a se afastar de medo. Eu disse a eles, não tenham medo, sou um cidadão soviético como vocês, que desceu do espaço e precisa encontrar um telefone para ligar para Moscou!".


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