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Pesquisa da UEM obtém três vezes mais algodão com adequado manejo de água e pragas

20 jul 2021 às 16:18

Dobro ou até o triplo de plumas! Este é o resultado que pesquisadores da UEM (Universidade Estadual de Maringá) estão alcançando em uma lavoura de algodão por meio da adoção de um bom manejo de irrigação e controle de pragas agrícolas na fase produtiva. O estudo tem demonstrado que esta é uma opção possível para o desenvolvimento e o retorno em grande escala desse cultivo em todo o Paraná, em especial na região do Arenito Caiuá, no noroeste do estado, que apresenta características climáticas favoráveis.


Os experimentos são realizados no Campus Fazenda de Umuarama-PR, em plantio de 3 hectares, com previsão de colheita para a semana que vem. "A área irrigada por aspersão apresenta entre duas e três vezes mais plumas [até 80 capulhos por metro] do que a sem irrigação, demonstrando que, mesmo sendo altamente tolerante à seca, a cultura apresenta resposta muito positiva ao fornecimento de água”, aponta o professor João Paulo Francisco, do DCA (Departamento de Ciências Agronômicas) e líder do GPEIA (Grupo de Pesquisa e Extensão em Irrigação e Agrometeorologia), certificado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).


Em parceria com a Acopar (Associação dos Cotonicultores do Paraná), o objetivo da pesquisa agronômica da UEM é promover uma adequada interação entre a planta e o solo, entender melhor a dinâmica do algodoeiro em face das condições meteorológicas e obter altos rendimentos produtivos. E, dessa maneira, fomentar a cultura do algodão como alternativa de plantio em processos de rotação segura e viável com outras culturas. Em âmbito nacional, a lavoura de algodão é uma das mais fortes cadeias produtivas do agronegócio, destacando-se mundialmente.


As pesquisas continuarão ao longo das próximas safras, com trabalhos científicos, tecnológicos e de extensão, repassando dados confiáveis aos agricultores. Desde 2020, Francisco estuda as necessidades hídricas da cultura do algodão para a região do Arenito Caiuá. Os resultados preliminares dos pesquisadores detectam que o plantio a partir do início do inverno não é recomendado e pode gerar menos plumas, em razão das temperaturas baixas. O algodão-safra tem seu plantio regular feito no último trimestre de cada ano e o algodão-safrinha é plantado no primeiro bimestre.


Controle de pragas - Na safra atual, os pesquisadores da UEM avaliaram as consequências de entrada, distribuição e dano do percevejo-marrom, uma praga que migra das lavouras de soja. "Buscamos o desenvolvimento de tecnologias e produtos que possam ser utilizados como soluções viáveis para o controle racional de pragas que possam influenciar a rentabilidade econômica da cultura do algodão”, justifica Julio César Guerreiro, professor do DCA e líder do Geea (Grupo de Estudos em Entomologia Agrícola). Ele conta que "a cadeia produtiva do algodão no Paraná, que detinha o status de uma das mais importantes do país, tornou-se praticamente insignificante por motivos relacionados à dificuldade de controle de pragas, em específico do bicudo-do-algodoeiro”.

O Geea, certificado pelo CNPq, estuda desde 2018 "a identificação das principais pragas e inimigos naturais ocorrentes na cultura do algodão, obtendo como possíveis pacotes tecnológicos formas adequadas e economicamente viáveis de amostragem, além da determinação de níveis de controle das principais pragas, disponibilizando alternativas racionais do manejo integrado das potenciais pragas regionais”, finaliza Guerreiro.


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