Françoise Hardy, ícone da canção francesa que morreu na última terça-feira (11), aos 80 anos, defendeu a legalização da eutanásia em carta aberta ao presidente da França, Emmanuel Macron. O texto foi publicado no ano passado no jornal La Tribune du Dimanche.
"Sabe que há uma grande maioria de pessoas que quer a legalização da eutanásia?", ela diz no texto. A cantora, que tratava um câncer de garganta desde 2021, pediu ao presidente que permita que "os franceses que estão muito doentes e que já não têm esperança parem com o seu sofrimento quando sabem que já não há alívio possível".
A carta também fala que sua mãe, que tinha doença de charcot, teve apoio de "dois médicos corajosos e compreensivos" para não ter que "ver o fim de uma doença incurável". "Ela confidenciou ao médico a vontade de não continuar a sofrer com essa doença horrível. Ele disse a ela para não se preocupar e que, quando ela quisesse, faria o necessário."
Leia mais:
Chitãozinho e Xororó prometem 'detalhes do que realmente aconteceu nesses anos' em série
Corpo de Liam Payne só será liberado após conclusão de exames, diz Justiça argentina
Filhos de Sean 'Diddy' Combs defendem rapper de acusações de abuso sexual
Cocaína rosa encontrada em Liam Payne é 'remédio favorito' de Diddy
Também no ano passado, em entrevista à revista Paris Match, Hardy afirmou que vivia um "pesadelo" e queria morrer "logo e de um jeito rápido".
Questionada sobre o que desejava para comemorar seus 80 anos, completados em 17 de janeiro deste ano, a intérprete de "Comment te Dire Adieu" e "Tous les Garçons et les Filles" disse que queria "partir logo e de um jeito rápido, sem grandes sofrimentos, como a impossibilidade de respirar."
"Desde minhas últimas radioterapias, me sinto mal, porque meu olho direito vê tudo muito embaçado e dói. A boca e a parte de trás da garganta estão ainda mais secas. É um pesadelo", disse o ícone pop dos anos 1960 na ocasião.
"Por causa da minha visão deteriorada, já não posso ler, nem posso assistir à televisão, que, quando eu encontrava um bom filme, era a melhor maneira de me desligar", ela afirmou.
Hardy estava doente havia quase duas décadas, quando recebeu o diagnóstico de um câncer no sistema linfático, o que a levou a se afastar da carreira artística. O tumor na faringe seria descoberto em 2019, dificultando sua vida cotidiana. Em entrevistas, ela passou a defender a eutanásia.
Em sua trajetória, Hardy derramou a própria beleza na música, na moda e no cinema. Ela encontrou a arte na melancolia, fundindo seu sofrimento numa poética alicerçada em paixões tórridas, amores desastrados e em tentativas desesperadas de recuperar a alegria dos verões à beira-mar.