O documentário londrinense “O que ainda existe em nós”, que faz uma abordagem sobre a cultura cinematográfica e salas da cidade, estreia nesta quinta-feira (16), às 19h, na Vila Cultural do Movimento de Artistas de Rua de Londrina, Canto do MARL, que fica na avenida Duque de Caxias, 3241. O evento presencial terá ainda uma edição na sexta-feira (17), no mesmo horário e local. Também está prevista uma estreia virtual no domingo (19), às 19h30, pelo canal do MARL no YouTube.
A produção aborda a prática cineclubista em Londrina, levantando o debate sobre o cinema, o acesso a filmes e a cultura cinematográfica na região, tendo como ponto de partida o depoimento de pessoas que são referência do movimento cineclubista local. Dessa forma, os cinemas da cidade, bem como os espaços realizadores de sessões cineclubistas, ganharam vida na memória de tantos relatos e histórias.
O documentário surgiu da pesquisa de mestrado do cineclubista Fagner Bruno de Souza, por meio do programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense. O foco foi tratar da memória do cineclubismo em busca dos pioneiros dessa prática, e mostrar como isso influenciou a produção cultural da cidade
Leia mais:
'Ainda Estou Aqui' é incluído na NBR, prêmio tradicional da crítica americana
Selton Mello diz que cena mais difícil de gravar foi em 'Ainda Estou Aqui'
'Ainda Estou Aqui' é o filme brasileiro com a maior bilheteria do pós-pandemia
Kinoarte promove cinema ao ar livre em comemoração ao aniversário de Londrina
O diretor do filme destacou que durante a produção do projeto foi necessário buscar fontes primárias do cineclubismo em Londrina. “A gente foi atrás de pessoas que pudessem nos contar as suas práticas, relatos e experiências. Tratamos das memórias das salas de cinema a partir de 1930 em Londrina, e a partir dos anos 50 tratamos da parte dos cineclubistas em londrina”, adiantou.
A produção do documentário ocorreu em meio à pandemia de Covid-19, fator que acabou por mudar o rumo do projeto. Algumas entrevistas tiveram que ser adaptadas para o modelo de videoconferência, já que a pandemia causou uma ‘sequela’ na cultura da cidade, que teve suas atividades suspensas em função das medidas restritivas e a necessidade de distanciamento social. Este processo ocasionou no fechamento, por exemplo, da sala do Cine Com-Tour, em agosto de 2020, que até então era mantido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Fagner Bruno de Souza contou que o filme foi aprovado no final de 2019 e, no começo de 2020, teve início a pré-produção. “Por conta da pandemia, ficamos seis meses parados, então tivemos uma reflexão do que poderia acontecer, o que estava por vir, e com a experiência de sermos interrompidos pela pandemia decidimos também apresentar essa situação no filme, mostrando como o cinema foi afetado nesse contexto”, acrescentou.
O documentário registrou outro momento único, a montagem de um cinema no estacionamento de um shopping para que os filmes fossem transmitidos no modelo drive-in, uma tentativa de driblar as restrições causadas pela Covid-19.
A produção londrinense contou com patrocínio doPromic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina) e da Ancine (Agência Nacional do Cinema).