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'Tully': uma visão crua e nada romântica sobre maternidade

Mateus Reginato - Redação Bonde
01 jun 2018 às 17:04
- Reprodução//IMDB
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Juntos, o diretor Jason Reitman e a roteirista Diablo Cody já trabalharam em três filmes. "Juno" - vencedor de um Oscar por melhor roteiro original -, "Jovens Adultos" e agora, o mais recente, "Tully", que chegou aos cinemas brasileiros nesta semana. Comédias dramáticas que passam por assuntos do cotidiano e discutem diferenças entre gerações, tocados pela ironia de Diablo Cody. Depois do grande sucesso de "Juno" e de um inesperado fracasso em "Jovens Adultos", a dupla volta a acertar em "Tully".

A maternidade, temática presente em "Juno", volta às telas. Mas, dessa vez, com um recorte diferente. Se Ellen Page interpretou uma adolescente de 16 anos encarando uma gravidez inesperada, agora é a vez de Charlize Theron dar vida a uma mulher de meia-idade já com dois filhos e grávida de um terceiro. A vida de Marlo, personagem de Charlize, está um caos desde o nascimento de seu terceiro filho. Além dos cuidados com o recém-nascido, ela é a grande responsável pelos outros dois filhos - um deles com problemas comportamentais - e pelas tarefas domésticas. O marido (Ron Livingston) trabalha e, no final da noite, ajuda os filhos com as tarefas escolares e se isola no quarto para jogar videogame. É nesse cenário, depois de certa resistência, que Marlo decide aceitar o presente de seu irmão e contrar uma babá para cuidar do recém-nascido à noite. A jovem Tully (Mackenzie Davis) é a contrapartida de Marlo. Uma jovem livre, sem grandes responsabilidades, curiosa e energética.

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Reitman e Cody fogem de qualquer visão romântica sobre maternidade. É mostrada uma faceta crua - e realisticamente cruel - da "família do comercial de margarina". Não à toa, está chovendo e escuro quando Marlo dá à luz. Tully surge para tentar clarear a vida da protagonista. E aqui surge o debate entre gerações já recorrente nos filmes da dupla. Tully funciona como um espelho a Marlo. Ao mesmo tempo em que se dão super bem e são parecidas, estão em momentos completamente diferentes da vida, com anseios muito distintos. A energia de Tully parece já ter se esgotado em Marlo, assim como os sonhos. Desde o começo, Tully deixa claro que não está ali somente para ajudar Marlo com o bebê, mas com toda a sua vida.

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A química entre Mackenzie Davis e Charlize Theron é essencial para que o filme funcione. Theron entrega uma atuação digna de ser indicada ao Oscar, longe da selvageria icônica da atriz em "Mad Max".

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Reprodução//IMDB
Reprodução//IMDB


O humor irônico e cínico do filme é um ótimo complemento ao drama. Diablo Cody aproveita bem as situações cotidianas para inserir piadas em meio a conversas. A roteirista consegue construir um ambiente íntimo e personagens empáticos, uma sensação aumentada pelos closes fechados nos personagens utilizados por Jason Reitman e pelos ambientes fechados e escuros.


Destaque para a cena em que Marlo e Tully estão no carro e escutam algumas músicas do álbum "She’s So Unusual", de 1983, de Cyndi Lauper. Funciona como uma referência a forma como Tully vê o mundo, de modo "pouco usual".


Sob uma ótica feminina, "Tully" é extremamente atual, discutindo o papel - e a sobrecarga - da mulher na vida doméstica, na criação dos filhos, na vida sexual dentro de um casamento, além de debater o romantismo de uma suposta família perfeita e da maternidade. Diablo Cody se destaca principalmente ao tratar a mãe como uma mulher. Essa junção, nas mãos de um diretor competente e de atores inspirados, resulta em um filme bonito e sensível, com toques ácidos de humor e uma discussão necessária.



"Tully" está em cartaz nos cinemas de Londrina. Confira aqui a programação completa na cidade.

Reprodução//IMDB
Reprodução//IMDB


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