Palco de shows memoráveis desde o fim dos anos 60, o Canecão foi lacrado anteontem por um oficial de Justiça em operação que teve o apoio da Polícia Federal (PF). Depois de 39 anos de disputa judicial com os donos da casa de shows, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu a reintegração de posse do terreno de 36 mil metros quadrados ocupado pelo Canecão.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Justiça Federal, a decisão do juiz Fábio Cesar dos Santos Oliveira - da 3.ª Vara Federal do Rio, em cumprimento a acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) - é "definitiva". Portanto, não haveria mais possibilidade de recurso. No entanto, o advogado do Canecão, Pedro Avvad, disse que vai recorrer.
"Estamos preparando um recurso para apontar o que consideramos falhas processuais. Espero fazer uma surpresa gostosa para o pessoal da UFRJ, que agiu com muita agressividade e violência", afirmou Avvad. Segundo o advogado, não houve resistência ao cumprimento da decisão. Por isso, ele criticou a presença de policiais. "A universidade, que sofreu repressão na ditadura, hoje está usando os mesmos meios", disse Avvad. De acordo com a UFRJ, foi necessário recorrer à PF porque o Canecão se negava a cumprir a decisão.
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Para o reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, "não há possibilidade de acordo" com a casa de shows. "Fomos esbulhados durante esse tempo todo em que uma empresa de negócios se estabeleceu em terreno público, auferiu lucros e a universidade não teve nenhum benefício", afirmou.