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Balanço 2013

Londrina precisa de locais adequados para receber shows, dizem produtores

Samara Rosenberger - Redação Bonde
06 jan 2014 às 07:47

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- Divulgação
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Londrina precisa de um local com infraestrutura adequada para receber grandes eventos. Essa é a opinião dos proprietários de duas produtoras que atuam na cidade – uma delas há 15 anos e a outra, há 22. Ambos concordam que o requisito é crucial para trazer novas atrações, manter o público frequente e conquistar novos clientes.

"Acho que falta um lugar melhor para fazermos shows. Estou refém da Sociedade Rural e do Centro de Eventos. No Ney Braga, temos que montar toda a estrutura porque existe o risco de chover. E os pavilhões são baixos, isso prejudica muito a apresentação", argumenta Luiz Gustavo Sampaio Gonçalves, diretor da LG Promoções.

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Além do Parque de Exposições Governador Ney Braga (com capacidade para 20 mil pessoas na área de rodeio) e do Centro de Exposições e Eventos de Londrina (com capacidade para 7 mil pessoas), o Teatro Marista entra para o rol dos espaços disponíveis para a realização de shows, dispondo de pouco mais de 900 lugares. Porém, a ampla sala de teatro funciona apenas como alternativa, já que não é destinada especificamente para grandes espetáculos musicais. "Acho que em Londrina falta uma casa de porte maior, com pé direito alto, ambiente climatizado, formatado para um grande público com mesas, cadeiras, camarotes e espaço vip", detalha Olice Mantovani, responsável pela Mantovani Promoções.

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Essa deficiência vem afetando, principalmente, a quantidade de londrinenses que consome esse tipo de entretenimento. Na opinião do diretor da LG, 2013 foi o pior dos últimos oito anos no setor cultural em Londrina. "Estou no mercado desde 1998 e, nacionalmente, desde 2005. Para ser sincero, só faço Londrina porque é a minha cidade. Esse foi o pior ano que tive", lamenta. "Não temos ajuda do poder público e a cidade parece que não quer eventos", completa Gonçalves.

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Dados da pesquisa de Sistema de Informações e Indicadores Culturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados no segundo semestre de 2013 confirmam que a crise cultural é agravante em nível nacional. A queda na demanda afetou, especialmente, a geração de empregos na área. O número de trabalhadores atuantes no setor caiu 15,6% entre 2009 e 2012.


Além das consequências em nível nacional, Gonçalves garante que Londrina está menos participativa se comparada a outras cidades do Paraná. "Está faltando cultura. O público daqui não está acostumado a sair. Em 2013 trouxemos Lulu Santos e conseguimos colocar o dobro do público de Londrina em cidades com cinco vezes menos habitantes", compara.

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Outro lado


Embora concorde que a cidade precisa de um espaço físico adequado, Mantovani discorda em relação ao público presente nos eventos que organiza. "Sempre foi dentro do nosso esperado e quando não foi, atribuímos a culpa a nós mesmos e não ao público", afirma o produtor, que foi responsável pelas vindas de Djavan, Erasmo Carlos e Almir Sater.

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Para 2014, Mantovani acredita que a oferta manterá a média dos anos anteriores. Alguns shows já estão sendo negociados, não só em Londrina, mas em outras cidades do sul do Brasil. "Por enquanto, não podemos adiantar, já que estamos em fase de negociação com os mesmos", diz.


Reduto sertanejo

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Conhecida por revelar nomes da música sertaneja, Londrina já ganhou o rótulo de "berço do gênero". Um dos maiores arrecadadores de direitos autorais no Brasil, o cantor Sorocaba começou a trilhar sua carreira ainda jovem, quando estudava na Universidade Estadual de Londrina (UEL). A boa receptividade dos londrinenses também atraiu Luan Santana, principal referência jovem do estilo.


Em 2013, por exemplo, a LG trouxe a dupla Munhoz e Mariano, famosa após o estouro do hit "Camaro Amarelo". O Villa Mix, um dos maiores festivais sertanejos do Brasil, foi realizado pela primeira vez na cidade em novembro e atraiu milhares de paranaenses, com apresentações de três duplas e um cantor solo. Thaeme e Thiago e Lucas e Luco encerraram a série de shows em dezembro.


Apesar da predileção regional, os avessos ao estilo sofrem com a falta de uma programação diversificada. Questionado se este seria um motivo para a queda nos números, Gonçalves afirma que o público alternativo não atende quando há oferta. "Ano passado a gente tentou sair do sertanejo, e viu que não funciona", explica. "Tentamos fazer um Cabaré [do Filo] com vários estilos e todos os dias foram insatisfatórios, exceto o Baile do Bem e o Zeca Baleiro. Trouxemos Gal Costa e também não foi bom", avalia.

"O único show que tínhamos uma expectativa menor de público e nos surpreendeu foi o Roupa Nova, no Moringão. Por isso já fechamos um show com eles em março deste ano", adianta. "Fora isso, vamos fazer o mínimo possível de eventos na cidade. Prevejo que haverá uma diminuição de 90% em relação a 2013", finaliza.


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