A biografia autorizada do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), lançada terça (22) em Brasília, contém erros de informação e omite dados sobre a crise que atingiu a Casa e o próprio senador em 2009. Escrito pela jornalista Regina Echeverria, "Sarney, a Biografia" aborda o escândalo sob a ótica do parlamentar, que na obra se diz vítima de perseguição política.
O livro exalta a contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido de Sarney, para fazer uma reforma administrativa no Senado. Mas deixa de informar o valor pago - R$ 500 mil em dois anos - e o fato de que a reforma não saiu do papel. Em outro trecho, a autora escreve que Sarney "determinou" a demissão de todos os 136 diretores da Casa, sem citar que elas não se efetivaram.
A biografia também menciona uma decisão do senador de anular todos os atos secretos, revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo em 10 de junho de 2009, sem citar que, logo depois, a diretoria-geral revalidou esses boletins, inclusive os que tratavam de apadrinhados de Sarney. Ainda sobre esse episódio, ao elencar os pedidos de processo contra o senador, a obra afirma que "o Conselho de Ética estava politizado e não era isento".
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Quando comenta a censura imposta pela Justiça ao jornal O Estado de S. Paulo, há 600 dias proibido de noticiar investigação da Polícia Federal sobre o empresário Fernando Sarney, a biografia diz que o senador nunca defendeu esse tipo de iniciativa. "José Sarney, que é contra a censura e nunca a exerceu em sua vida pública, credita a ação contra o jornal aos advogados do filho Fernando."