A escritora Patrícia Secco lançará, no próximo mês, um projeto polêmico: uma versão de "O Alienista", obra de Machado de Assis lançada em 1882. Segundo ela, a "releitura" traz frases diretas e palavras simples. "Entendo por que os jovens não gostam de Machado de Assis. Os livros dele têm cinco ou seis palavras que não entendem por frase. As construções são muitos longas", justifica ela, em entrevista à coluna cidadona, de Chico Felitti, da Folha de São Paulo. "A ideia não é mudar o que ele disse, só tornar mais fácil", completa.
O projeto nasceu em 2008 e previa versões de "O Cortiço", de Aluísio Azevedo e de "Memórias de Um Sargento de Milícias", de Manuel Antônio de Almeida. Porém, Patrícia só conseguiu patrocínio, por meio da lei de incentivo à cultura, do Governo Federal, para captação de recursos das versões de "O Alienista" e "A Pata da Gazela", de José de Alencar.
Além dela, dois jornalistas trabalham nas versões. A tiragem será de 600 mil exemplares que serão distribuídos de graça pelo Instituto Brasil Leito.
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Em entrevista à coluna, o professor da USP, Alcides Villaça, mostrou indignação pelo projeto. "É absurdo imaginar que a função da escola seja facilitar qualquer coisa, em vez de levar a trabalhar com as dificuldades da vida, da crítica e do conhecimento. Apresentar como sendo de Machado de Assis uma mutilação bisonha de seu texto não devia dar cadeia?", questionou.