Elas a adoram. A maioria do público que foi assistir a apresentação da cantora Ana Carolina no Cabaret do Filo 2002 era de mulheres. Elas deram o tom da noite, muitas conheciam todas as músicas e cantaram junto, outras preferiram se deliciar com o pensamento feminista declarado por Ana em verso e prosa. Outras ainda aproveitaram as canções românticas e a voz de timbre grave da cantora para lembrar que o amor existe.
O show também agradou ao público masculino, mas muitos deles com certeza não gostaram do feminismo declarado de Ana. Como a expressão de um texto, feito por uma amiga da cantora, para ser lido em prosa durante os shows. Era uma espécie de crônica que contava a história de uma mulher solteira que vivia com um cachorro, uma relação que instigava o pensamento de uma outra mulher.
O cachorro acompanhava a mulher por todos os lados. Eram eternos companheiros, caminhavam na orla marítima, buscavam vídeos na locadora juntos e até viam o pôr do sol lado a lado. A mulher observadora buscava entender esta relação, até que chegou a conclusão de que um cachorro por muitas vezes é melhor companhia do que o homem. "Com o passar do tempo os homens nem nos lambem mais", termina Ana Carolina.
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Sob o aplauso ardente das mulheres a cantora parte para mais uma canção. Durante a apresentação das músicas, Ana Carolina se revezava entre dois violões acústicos, uma guitarra e um pandeiro. Cantou músicas como "Garganta", "A Canção Tocou na Hora Errada", "O Avesso dos Ponteiros" e "Armazém", mas a maior parte do show reuniu as composições do segundo disco "Ana Rita Joana Iracema e Carolina".
No violão, na guitarra ou no pandeiro Ana Carolina trafegou tranqüila por vários ritmos como o blues, o rock balada e o samba. No pandeiro, também arriscou uma batida puxada para o ritmo eletrônico. A performance da voz mais uma vez foi um dos pontos fortes da apresentação. Mesmo um pouco gripada, Ana Carolina acertou todos os graves e agudos, e não hesitou em voltar ao palco para mandar o bis.