A guitarra característica de Eric Clapton está lá. Mas há algo de ligeiramente diferente. Talvez, seja o peso dos quase 50 anos de experiência de um dos melhores guitarristas do mundo, que botou sua expertise a serviço do blues em seu novo álbum, "Clapton", o 19º da carreira, lançado recentemente. Esse é o primeiro disco de inéditas do cantor e guitarrista, depois de um hiato de 5 anos, e conta com participações de Steve Winwood, Wynton Marsalis, Derek Trucks, do Allman Brothers, e Allen Toussaint, além de Sheryl Crow, com quem ele teve um romance na década de 90. O disco foi batizado com o nome de Clapton porque o músico cuidou pessoalmente de tudo, da produção às composições, passando pela escolha do repertório.
As três primeiras canções - "Rockin'' Chair", "River Runs Deep" e "Judgement Day" - soam como uma volta ao tempo, numa viagem sem escalas para Nova Orleans, na mais profunda tradução do que é o blues. Em "River Runs Deep", Clapton faz parceria com J.J. Cale. Na sequência, vem "How Deep is This Ocean", uma balada romântica com uma pegada jazzística para ninguém botar defeito. Para, em seguida, o músico retornar ao blues, em "My Very Good Friend The Milkman", ao som de trompetes, tumbas e, claro, guitarra.
Surpresa é "Diamonds Made From Rain", a décima do álbum, gravada com Sheryl Crow. Infelizmente a participação da cantora se resume apenas a fazer backing vocal para Clapton, nada que mereça muito destaque.
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A música que mais destoa do álbum é "Run Back To Your Side", em que Clapton se afasta um pouquinho do blues que permeia todo o CD, para exagerar nos solos de guitarra, dos quais ele é um dos mestres. Até mesmo Clapton, aos 65 anos, não se incomoda em afirmar que esse álbum saiu melhor do que a encomenda. Em entrevistas recentemente publicadas na imprensa especializada, ele disse que o disco se trata de uma "coleção eclética de canções que pouca gente conhece e de que gosto muito. Deve surpreender aos fãs, porque me surpreendeu muito".