Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Erotismo escancarado

Liliana Onozato - Folha de Londrina
12 jan 2007 às 15:42

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Quatro paredes guardam segredos que, às vezes, até Deus duvida. De oito paredes, então, nem sob tortura podem ser revelados. Mas nenhum desses é o caso da cantora e compositora Ana Carolina, que acaba de lançar o CD duplo ‘Dois Quartos’ (Sony/BMG).

A mineira de Juiz de Fora faz questão de abrir as portas de seu ‘Quarto’ e do ‘Quartinho’ a quem queira entrar, ou melhor, ouvir – vale destacar que o material aponta para um lembrete na contracapa do disco: ‘Desaconselhável para menores de 18 anos – Conteúdo Adulto’.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Esse parece ter sido o ano dos lançamentos duplos. Primeiro, Marisa Monte com seu ‘Infinito Particular’ e ‘Universo ao Meu Redor’. Depois, Maria Bethânia remou ao encontro das águas de ‘Mar de Sophia’ e ‘Pirata’. Agora é ela. E Daí? Coincidência, tendência mercadológica ou abundância de produtividade? Ou será tudo ao mesmo tempo?

Leia mais:

Imagem de destaque
Apoio

Chico Buarque assina manifesto em defesa do padre Júlio, alvo de CPI

Imagem de destaque
Homem atemporal em 2023

Men of the Year: Dr. JONES elege Péricles como homem atemporal em categoria inédita

Imagem de destaque
The Tour em São Paulo

Jonas Brothers anunciam único show em São Paulo em abril de 2024

Imagem de destaque
The Eras Tour

Guinness confirma que Taylor Swift fez a turnê mais lucrativa da história


Diferente de suas companheiras na música brasileira, Ana Carolina optou por lançar os dois compactados em um mesmo CD. ‘Sou uma compositora compulsiva e gosto muito disso. Estou sempre me encontrando com um parceiro ou outro para fazer música. Desde a finalização de ‘Estampado’ (2003), vinha acumulando canções e me veio a vontade de fazer um CD duplo. Eram umas vinte, então, e, já no início de 2006, umas quarenta composições inéditas’, explicou a artista.

Publicidade


Para refrescar a memória, a cantora lançou este ano o projeto especial ‘Ana & Jorge’, cujo hit ‘É isso aí’, versão para ‘The Blower’s Daughther’, de Damien Rice, foi tocado à exaustão nas rádios.


Ok, então vale dar uma espiada nas novas acomodações. Em ‘Quarto’, Ana se apresenta mais pop e pronta para tocar nas rádios. O repertório resvala para a típica pegada de seu violão que faz fundo às letras em tons confessionais e sexuais, até. Aliás, Ana se sente tão a vontade que compartilha detalhes de um ‘lance’ com uma popstar em ‘Eu Comi a Madona’ (com um ‘n’ mesmo, parceria com Mano Melo, Antônio Villeroy e Alvin L.). ‘Essa começou com uma coincidência: no dia em que iniciei a melodia encontrei Mano Mello, que havia feito anos atrás um poema sobre o mesmo tema. Mais tarde, Alvim L. contribuiu com um verso e Antônio também. Enfim, foi uma suruba’, comentou.

Publicidade


Quem acompanha o percurso musical da mineira, sabe que ela adora rimar amor com dor, uma das fórmulas que mais faz sucesso entre o público que se identifica com este conceito. Afinal, não a toa, sua coletânea ‘Perfil’ foi o CD mais vendido em 2005, segundo a ABPD (Associação Brasileira dos Produtores de Discos).


Neste novo projeto, Ana não fugiu à regra que transparece em ‘Ruas de Outono’ (‘Eu voltei por entre as flores da estrada pra dizer que sem você não há mais nada...’), ‘Aqui’ (‘Se fico um tempo sem te procurar é pra saudade nos aproximar’) e ‘Vai’ (‘Calma aí! Que diabo você tá dizendo agora? Que onda é essa de outro lance pra viver?’). Ainda no ‘Quarto’, Ana compôs ‘Rosas’ (‘Porque eu sou feita pro amor da cabeça aos pés e não faço outra coisa do que me doar’), música de trabalho que segue a mesma dinâmica rítmica de ‘Elevador’, um dos carros-chefes de seu antecessor ‘Estampado’.

Publicidade


‘Resolvi gravar agora 23 músicas (o CD traz ainda um remix de ‘Eu Comi a Madona’), sendo que apenas duas não levam a minha assinatura. Isso, sem contar que neste período fiz também ‘Cabide’ para a Mart’nália; ‘Eu Que Não Sei Quase Nada do Mar’, junto com Jorge Vercilo para a Bethânia; ‘Eu Já Não Sei’ para Paula Lima e ‘Personagem’, também com Vercilo para Pedro Camargo Mariano’, acrescentou.


Já no ‘Quartinho’, Ana se permitiu trabalhar com arranjos harmonicamente mais sofisticados, regados a violoncelo, violinos, violas, outras cordas e metais. A entonação de voz característica, que acabou se convertendo em estilo, cedeu espaço para o comedimento. Há, inclusive, um cantinho reservado para duas músicas instrumentais: ‘La Critique’, concebida com depoimentos de pacientes de centros psiquiátricos e ‘Sen.ti.mentos’, a primeira a ser gravada.

Publicidade


Como reafirmação de sua sexualidade, a artista sugeriu uma versão pessoal para ‘Meninos e Meninas’ (Legião Urbana), na flamenca ‘Homens e Mulheres’ (‘Eu gosto de homens e de mulheres e você, o que prefere?’). Palmas para a faixa conduzida a voz e violão ‘Milhares de Samba’ (‘Nem com milhares de sambas eu faria você voltar pra mim, mas se você vier e eu puder e se der, vou cantá-lo mesmo assim’), que naturalmente pode ser associado à sentimental ‘Vestido Estampado’, do disco anterior.


Mas Ana não se rende exclusivamente aos dissabores do amor; faz questão de mostrar que está ligada nas crônicas e críticas sociais – inclusive por ter sido vítima recente de um assalto no Rio: ‘Nada te Faltará’ (‘Quero respeito, os humanos direitos fazendo pensar os pilares de uma nova era’), ‘Cristo de Madeira’ (‘Trabalhava, ganhava quase nada, fazendo frio ou calor.


Difícil era aceitar um cara que já matou’) e ‘Notícias Populares’ (‘Eu quero ser a mendiga suja e descabelada dormindo na vertical e entender como a vida de alguém acaba antes do final’). Entre amores, sexo, samba e rock’n roll, ‘Dois Quartos’ evidencia mais a primeira e a segunda opção. Um som esteticamente elaborado, gostoso de ouvir, mas com pouca novidade para dois CDs.

Serviço:
Lançamento do CD ‘Dois Quartos’ (Sony-BMG), de Ana Carolina. Preço sugerido: R$ 43,00.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo