Um anárquico time de velhos compadres
por Jotabê Medeiros
(Agência Estado)
Uma explosão parece sair do telão, e então sobem os acordes de ''Start me up'', e o resto você pode imaginar: mais de um milhão de pessoas urrando na Praia de Copacabana para receber Mick Jagger e seus gambitos elétricos, vestido invariavelmente com um terninho dourado como de um crupiê.
Tudo já é previsível: o cigarro caindo do canto da boca de Keith Richards enquanto ele se prepara para cantar ''This Place Is Empty''; o sorriso inexistente de Charlie Watts; a simpatia e o voluntarismo narigudo de Ron Wood. O final, apoteótico, é com ''Satisfaction''. É só isso, mas a gente adora.
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Pouca coisa muda nesse roteiro. Em Porto Rico, no dia 11, eles abriram com ''Jumping Jack Flash'' e ''It's only Rock and Roll''. Será assim na Argentina, México, Chicago, Hong Kong, Varsóvia, Inglewood. Será assim até a derradeira noite em que as Satânicas Majestades subirem ao palco.
''Existe alguma coisa elegantemente sinistra nos Rolling Stones'', escreveu o jornalista Pete Hamill em 1965, ao se ver defronte àquela esfinge do rock - um vocalista magricelo que preferia imitar os gestos e as coreografias de artistas negros como James Brown, um guitarrista que parecia se desfazer em cena, uma performance agressiva e músicas que tanto podiam ser sinistras e polêmicas (''Sympathy for the Devil'' e ''Brown Sugar'') ou acessíveis e assobiáveis (como ''Ruby Tuesday'' e White Horses).
''O estilo vocal de Jagger e suas performances no palco reforçavam reação visceral e sensual dos adolescentes em relação à banda. Como seus antecessores do blues, Jagger balbuciava, resmungava e berrava sua libertação. No palco, ele transpirava e fazia beicinho - com toda aquela luxúria e a boca mundialmente famosa - e ia dançando por todo o palco, uma conotação sombria e perniciosa'', descreveu o escritor Paul Friedlander em ''Rock and Roll - Uma História Social'' (Editora Record).
Anárquico time de velhos compadres, os Rolling Stones não se cansaram de, nos 43 anos de carreira, surpreender seus distintos analistas. Quando veio à luz a canção ''Gimme Shelter'', a revista Rolling Stone a definiu como ''o som de um mundo que chega ao seu final'', e a banda seria ''uma força ativa da natureza tão poderosa que o Serviço Nacional de Meteorologia deveria monitorá-la em seus radares''.
Eles sobreviveram a todas as grandes mudanças na música internacional, às vezes contrapondo-se a elas, mas invariavelmente assimilando-as. Temperaram sua música com estilos que surgiam, como a disco music e a new wave.
Seu flerte com o underground cessou há muitos anos, tornaram-se clássicos, mas longe de uma respeitabilidade ordinária. Parecem ainda buscar algo - além do dinheiro, é claro.
O show no Rio de Janeiro é uma reverência extremamente elogiosa da maior banda do mundo em atividade a uma cidade. Mick Jagger, que é quem escolhe o roteiro das turnês, as cidades, as circunstâncias, os contratos e tudo o mais, tem mesmo um fraco pela cidade, e é honesto nessa paixão.
Depois do Brasil, os Stones vão à Argentina e ao México. Têm outros 44 concertos agendados até agosto, quando entram em férias (o último está previsto para ocorrer no Millenium Stadium, no dia 29 de agosto, em Cardiff, no Reino Unido). Nesse trajeto, demonstram gosto generoso até na escolha das bandas de abertura. Entre os artistas que abriram seus shows recentemente, estavam Los Lonely Boys, Trey Anastasio, Merle Haggard, Toots & The Maytals, Wilco, Joss Stone e Alanis Morissette.
Viagens para ver os shows
por Nelson Sato
(Folha de Londrina)
A Globo vai exibir, ao vivo, os shows dos Rolling Stones. Beleza. Agora vamos torcer para que a emissora não resolva estragar a festa inserindo comerciais inconvenientes durante as transmissões.
O show rola no sábado à noite na praia de Copacabana, em frente ao Copacabana Palace Hotel, no Rio de Janeiro. O espetáculo, que será registrado em DVD, está previsto para começar às 21h45 e terá duas horas de duração.
Algumas empresas de Londrina estão fazendo excursões no esquema "bate e volta". Se você ainda sonha em assistir ao espetáculos, anote os contatos abaixo para quem sabe garantir seu lugar na platéia.
Serviço:
Excursões para o show dos Rolling Stones
Preço: R$ 150,00
Saída: sexta-feira
Retorno: domingo
Informações: Tel. (43) 9137-3851 e 9941-1147
Preço: R$ 375,00 (à vista) ou três parcelas de R$ 125,00
Pacote inclui transporte em ônibus executivo de turismo com ar condicionado, TV, vídeo, som com CD, 1 noite em hotel 4 estrelas com café da manhã, bilhete de metrô para transporte até a Praia de Copacabana, seguro de viagem, serviço de bordo, camiseta da banda e guia-acompanhante. Informações: Montreal Viagens (Av. JK, 1.256, loja 02). Tels. (43) 3321-0020 e celular 8406-1018.
Preço: R$ 150,00
Saída: sexta-feira às 13 horas (em frente ao Mercadorama, na Av. JK)
Retorno: logo após o show
Informações: Tel. (43) 3348-2087 (com Renato). e-mail: [email protected]
Preço: R$ 200,00
Saída: sexta-feira às 22 horas
Informações: Braço Direito Produções. Tel. (43) 9945-5445 (Marcelo) e (43) 3326-4322 (Luiz).