A sinfonia dos mais variados instrumentos e vozes preenche os corredores dos colégios Hugo Simas e Aplicação. Os locais recebem as oficinas ofertadas gratuitamente pelo 38º Festival Internacional de Música de Londrina (FML). Conhecido como um dos mais importantes festivais de música do Brasil, o evento faz parte da história da cidade desde 1979. Além das oficinas, o FML também é marcado pelas as mais variadas apresentações musicais.

Durante muitos anos, André Siqueira foi aluno do Festival, hoje é professor de música e ministra a oficina de Prática de MPB e Jazz no Festival. As aulas, ocorrem no período da tarde, das 14h às 17h30, na primeira semana do evento. "O Festival é muito importante para a formação, ainda mais nesse momento que o país está passando. O evento acaba sendo um meio importante para firmar a cultura como algo essencial, ele tem essa força política de manter como foco de resistência a cultura brasileira.", André argumenta.

Além de André, outros dois professores também ministram as aulas de jazz e MPB. Sérgio Reze é de São Paulo e participa do Festival pela quinta vez. Ele, que já estudou Música Popular no exterior, reconhece a importância do FML para o aprendizado e interação dos alunos. "O que eu percebi quando estive fora é que existem muitos encontros entre músicos. Aqui, essa oportunidade acontece, pois professores, alunos e músicos com experiência se reúnem e criam um ambiente de imersão musical, isso faz com que a música floresça da melhor forma. É uma riqueza muito grande", Sérgio ressalta.

Já Glauco Solter é de Curitiba e está no FML pela quarta vez. Na oficina de Jazz e MPB, ele é o responsável pelos alunos que querem aperfeiçoar as suas habilidades no baixo elétrico. O professor explica que nessas aulas a intenção é fazer com que os alunos passem por uma situação real, preparando-os para quando saírem da escola e forem se apresentar. Glauco diz que se surpreendeu com a qualidade dos estudantes. "Tem alunos com níveis muito bacanas, alguns são muito novos e já mostram talentos. A gente percebe que Londrina tem um futuro promissor em termos de instrumentistas. Tem gente muito boa!", ele enfatiza.

A também curitibana e apaixonada pelo baixo, Bárbara Yuri de Oliveira dá aulas de Engenharia Química em uma universidade particular de Londrina. Há três meses na cidade, Bárbara se diz surpresa com o engajamento cultural da região. Ela conheceu o FML esse ano e se inscreveu para participar e retomar o antigo amor pela música. Quando criança, Bárbara tocava flauta e teclado. Aos doze anos, conheceu o baixo elétrico e se apaixonou. Ela teve até mesmo algumas bandas, mas a correria da profissão acabou atrapalhando e deixou a música um pouco de lado. Agora, no Festival Bárbara pode retomar o instrumento.

Natural de São Paulo, Guilherme faz música na Faculdade Cantareira e veio pela primeira vez para o Festival de Música. Londrinense, seu avô também é músico e sempre incentivou o garoto a participar do evento. "Por ser de fora é uma experiência muito legal. Eu cheguei aqui sem conhecer ninguém, mas participando das práticas e das aulas eu fui conhecendo todo o pessoal, é muito bacana. Está sendo uma experiencia muito legal", ele comenta.

Toda a preparação dos alunos da oficina de Prática de MPB e Jazz poderá ser prestigiada neste sábado (21), a partir das 17h, no Teatro Crystal (Rua Quintino Bocaiúva, 15, no centro de Londrina). O "Encerramento das classes de Jazz e Chorinho" tem entrada gratuita.