Destaque dos Hawaianos, um dos mais conhecidos grupos de funk do Rio de Janeiro, Tonzão Chagas deixou os companheiros em 2011. No auge da popularidade e quando ganhava cerca de R$ 20 mil por mês, ele se converteu à Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Tonzão apidamente ganhou fama no meio, cantando hits como "Passinho do abençoado", e hoje se orgulha de embalar 200 mil pessoas em uma única apresentação.
"O funk é a cultura da periferia. A batida é a mesma. As letras que são diferentes. A dança é uma forma de evangelizar", conta Tonzão. "Eu não saí dos Hawaianos com a ideia de seguir uma carreira gospel. Eu queria fazer um trabalho social, com jovens de periferia, de ressocialização. E nos Hawaianos eu não tinha tempo para isso", explica.
Assim como ele, outros músicos passaram a dedicar as suas carreiras ao chamado funk gospel (ou gospel funk), que leva para a música evangélica um ritmo que parecia incompatível, com tradição de letras que fazem apologia à violência e ao sexo.
Leia mais:
Chico Buarque assina manifesto em defesa do padre Júlio, alvo de CPI
Men of the Year: Dr. JONES elege Péricles como homem atemporal em categoria inédita
Jonas Brothers anunciam único show em São Paulo em abril de 2024
Guinness confirma que Taylor Swift fez a turnê mais lucrativa da história
Na transição, o funk passou por adaptações. As roupas curtas, as letras maliciosas e as danças sensuais são trocadas por figurinos comportados, temas religiosos e coreografias animadas, mas bem menos provocantes.
Para Tonzão, a ideia de que poderia adaptar sua antiga carreira à sua nova vida surgiu de uma brincadeira com jovens recém-convertidos, como ele, e que o conheciam como funkeiro. Começaram a dançar na igreja e foram chamados pelo pastor, que os viu dançando por uma câmera de segurança e pediu explicações. Contou que estavam dançando como uma forma de louvor.
(com informação do site Globo)