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Ná Ozzetti relembra sambas-canção

Murilo Gatti
02 out 2001 às 10:23

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Os planos para gravar um novo CD existem, mas ainda não há data definida. Por enquanto Ná Ozzetti prefere continuar com os show do último trabalho. "O público se identifica muito com o repertório do disco "Show". O samba-canção é a alma da música brasileira", conta a cantora, entusiasmada com a recepção que tem nas diversas cidades brasileiras.

O CD "Show" foi o prêmio que recebeu do festival da música brasileira da TV Globo. O disco leva o mesmo nome da composição de Luiz Tatit e Fábio Tagliaferri, com a qual Ná Ozzetti foi eleita a Melhor Intérprete do Festival, em setembro de 2000, e que também está incluída no CD.

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O álbum é totalmente acústico e todos os arranjos são do irmão de Ná, Dante Ozzetti, com exceção das músicas "Linda Flor" e "Segredo", que têm arranjos de Ulisses Rocha. Em Londrina, a cantora apresentou-se no Cine Teatro Ouro Verde, no dia 19 de outubro, durante o MPB Londrina 2001.
Foi a primeira passagem da cantora por Londrina, onde ela conversou com o Bonde, em entrevista por telefone. "Faz tempo que queria vir a Londrina. A imagem que tenho da cidade é a melhor possível. A imprensa local sempre teve uma receptividade muito boa do meu trabalho, estava ansiosa para tocar aqui", revelou Ná Ozzetti, que também falou sobre a carreira e os rumos do próximo trabalho.

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Bonde: Você começou a carreira em 1979 no grupo Rumo. Como foi este trabalho?

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Ná Ozzetti: Sempre tive o desejo de cantar e seguir a carreira musical. Conheci o Rumo com 19 anos, quando estava na faculdade de artes plásticas e estudava música. Fiquei dez anos tocando com a banda, gravamos sete discos juntos.


Bonde: Como foi a sua saída do Rumo?

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Ná Ozzetti: Chegou um momento em que eu quis buscar novos caminhos como intérprete, experimentar outros repertórios, músicas diferentes, outras formações, enquanto o para o Rumo o importante era fortalecer o grupo e o próprio trabalho. Queria realizar um novo trabalho.


Bonde: Como foi o primeiro trabalho solo?

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Ná Ozzetti: O disco saiu em 1988. Recebi o convite para gravar no ano anterior. Ele traz músicas do Zé Miguel Visnik, do Luiz Tatit e também tem uma do Itamar Assunção. Entre as mais conhecidas, tem "Sua Estupidez", do Erasmo e do Roberto Carlos, "Rancho Fundo", do Lamartine Babo, e a composição "Nós", do Ari Barroso e do Tião Carvalho.


Bonde: Não trazia músicas suas?

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Ná Ozzetti: No segundo disco, comecei a realizar um trabalho mais autoral. Fiz as músicas e parceiros como o Luiz Tatit e o Itamar Assunção fizeram as letras. Os arranjos foram todos do meu irmão, Dante Ozzette.


Bonde: O seu terceiro trabalho foi um especial com músicas da Rita Lee.

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Ná Ozzetti: Este disco foi um convite da gravadora Dabliú, para fazer uma homenagem aos 30 anos da banda Mutantes e em especial a Rita Lee. Foi uma honra fazer este trabalhando cantando Rita. Sempre fui fã dela, desde os Mutantes. Ela é com toda certeza uma das maiores compositoras de todo o País.


Bonde: Depois da Rita, o que rolou?

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Ná Ozzetti: Gravei o meu quarto CD solo, "Estopim", no ano de 1999. Neste disco, voltei a desenvolver um trabalho mais autoral, fiz várias parcerias com o Luiz Tatit e com o Itamar Assunção. Também interpretei músicas do meu irmão, Dante Ozzetti.


Bonde: Em 2000 você ganhou o prêmio de Melhor Intérprete do Festival da Música Brasileira da TV Globo. Como foi o festival?


Ná Ozzetti: Foi maravilhoso ensaiar com os músicos, tocar com uma orquestra, trabalhar com outros compositores. Não contava com a premiação, estava mais preocupada com a exposição do trabalho e a repercussão que viria depois do que com o prêmio em si. Mas foi ótimo ganhar.


Bonde: O prêmio do festival foi o CD "Show", como foi a produção do disco?


Ná Ozzetti: A idéia de fazer uma releitura dos sambas-canção das décadas de 30, 40 e 50 partiu da som livre. Tive a liberdade para fazer a seleção das músicas, optei pelos clássicos e as músicas que mais conheci. Procurei escolher o supra sumo do samba canção, mas sempre acaba ficando muita coisa boa de fora.


Bonde: Você podia lançar um "Show" volume dois?


Ná Ozzetti: Se eles se animarem (risos)... seria um prazer.


Bonde: Você já tem algum plano para um próximo trabalho?

Ná Ozzetti: A minha idéia é fazer um disco mais autoral, mas estou adorando as apresentações e o trabalho de divulgação do meu CD. O público se identifica muito com o repertório do disco "Show". O samba-canção é a alma da música brasileira. Está sendo muito bom fazer este trabalho, não estou com pressa de lançar logo um novo disco.


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