No formato, na atitude e no conteúdo, o álbum "Não Moro Mais em Mim" é algo inusitado. Com o subtítulo 10 Canciones (de Adriana Calcanhotto) Que Mis Hermanos Oyen, o disco reúne bandas contemporâneas da cena alternativa da Argentina, Uruguai, Chile, Venezuela, Colômbia e Porto Rico e uma brasileira que vive em Londres - todos reinterpretando canções da compositora brasileira. Alguns deles saíram dos países de origem, absorvendo influências europeias e norte-americanas.
O disco não será colocado à venda: vai estar disponível para download grátis a partir desta semana no website www.naomoromais.com. Em formato físico, sai apenas em vinil, com 500 cópias, que serão distribuídas, também gratuitamente, em eventos do projeto Si No Puedo Bailar, no Es Mi Revolución, na Locomotiva Discos, em promoções no Twitter e no Facebook e via correio, mediante pagamento da postagem.
"O vinil é de graça mesmo, a pessoa só precisará demonstrar interesse ''real'' para tê-lo", diz Rodrigo Maceira, que produziu o disco, traduziu algumas letras, escolheu o elenco e, com o Si no Puedo Bailar, é responsável pela circulação no Brasil de artistas latino-americanos, como o uruguaio Franny Glass (ou Gonzalo Deniz), que se apresentou em 2010 no Sesc Pompeia, que está nesse disco e volta para o show de lançamento, ainda sem data e local definidos.
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Entre as faixas mais interessantes estão "Cantata" ("Después de Estar con Vos"), pelo argentino Cineplexx (Sebastián Litmanovich), "Unos Versos", com o também argentino Coiffeur, "Escuadras", com o uruguaio Franny Glass, e "Segundos", com a colombiana radicada no Canadá Lido Pimienta. A banda colombiana Jóvenes y Sexys, que também foi trazida a São Paulo por Maceira, ficou com "Mitad" e Entre Ríos, com "Vambora", esta mais próxima do original.
A brasileira Nina Miranda, que formou o Zeep com Chris Franck em Londres, abre o disco cantando "Inverno" em português. No lado B, meio em portunhol, a porto-riquenha Mima (Yarimir Caban) interpreta "Mentiras", com acompanhamento de harpa. "Sudoeste", com a dupla porto-riquenha Balún, que vive no Brooklyn, em Nova York, tem o diferencial do charango, mas o belo arranjo remete à melancolia etérea de Angelo Badalamenti, o autor das trilhas sonoras dos filmes de David Lynch. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.