Aquela piadinha infame "morreu ou foi para a Record?" virou passado. Com o sucesso de "Os Dez Mandamentos", que tem batido recordes de audiência nas últimas semanas, os atores da Record passaram a ser mais reconhecidos e a emissora virou "terra prometida" para novos nomes da teledramaturgia e também para ex-globais. Cristiana Oliveira, Kadu Moliterno, Nívea Stelmann, Elizângela e Paloma Bernardi, todos ex-Globo, são alguns dos nomes que estarão em "Terra Prometida", com estreia para 2016.
"Os atores que estão vindo da Globo para a Record vêm justamente nessa busca de uma valorização de troca de status como ator. Aqui tem mais a mostrar, troca o ambiente de trabalho", diz Marcos Reis, produtor de elenco da emissora. "O sucesso de 'Os Dez Mandamentos' ajudou muito nisso, porque tem batido a Globo todos os dias", completa.
A fuga de atores da Globo para a Record é semelhante à de dez anos atrás, quando a emissora conseguiu tirar da Globo nomes como Marcelo Serrado, Paloma Duarte e Gabriel Braga Nunes. Na época, "Prova de Amor" e outras novelas também faziam sucesso e incomodavam a concorrência.
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As novas contratações, embora caras, estão longe das propostas milionárias que a Record oferecia para seduzir ex-globais dez anos atrás. "Em 2005, isso pesava. As ofertas eram bem maiores. Mas hoje em dia não. A Record tem a sua realidade. Tenta convencer mais pelo projeto", afirma Reis.
Segundo o produtor de elenco, a Record segue a tendência já praticada pela Globo de enxugar o elenco fixo, com contratos por obra e poucos de longo prazo, como ocorre com os protagonistas de "Os Dez Mandamentos". Sérgio Marone, por exemplo, renovou por três anos após se destacar como o vilão Ramsés. Os atores são contratados como pessoa jurídica e recebem um pouco a mais em relação à concorrente para compensar direitos trabalhistas como plano de saúde.
A redução do banco de atores e os contratos por obra aumentaram a quantidade de profissionais livres, sem emissora. Marcelo Serrado, por exemplo, voltou à Globo em 2011 após terminar o vínculo com a Record. Paloma Bernardi, ex-global, estava sem contrato quando foi chamada para "Terra Prometida".
O mesmo aconteceu com Kadu Moliterno, dispensado pela Globo no meio do ano. Em entrevista ao UOL em outubro, o ator contou que antes de fechar com a Record recebeu propostas da Fox e de algumas produtoras independentes para fazer séries. "A Record sempre foi uma opção para quem trabalha na televisão. Estava no mercado e como qualquer profissional, eu tenho que trabalhar para ganhar dinheiro. Preciso pagar as contas. Tenho a certeza que vou ser feliz na minha nova casa assim como fui na Globo", declarou.
Ex-globais aprovam troca de emissora
Os atores remanescentes da primeira leva de ex-globais na Record comemoram o sucesso de "Os Dez Mandamentos", que devolveu à emissora a visibilidade perdida nos últimos anos com produções de baixa audiência.
Há sete anos na Record, Luiz Guilherme confessa que quando deixou a Globo virou praticamente um desconhecido pelo público. "Antes as pessoas me perguntavam por que eu não fazia mais novela, agora isso não existe mais porque sabem da Record", celebra o ator, que estará em "Escrava Mãe", adiada pela Record para 2016.
"Eu acho que a diferença é mais da falta de costume das pessoas de simplesmente mudar de canal, porque a qualidade, a competência e os profissionais, e tudo que a gente tem exibido e mostrado é tanto quanto bom a Globo", compara Thaís Fersoza, há dez anos na Record.
Para Fernando Pavão, na Record desde 2009 e também em "Escrava Mãe", a mudança de emissora foi importante para recolocá-lo no mercado, cada vez mais aquecido: "Em pouco tempo acho que não vamos usar isso de mudança de Globo para Record. O mercado está aí para todo mundo. Quem tem destaque tem o seu lugar, além das emissoras no canal aberto, temos as produtoras, canal a cabo. Antigamente as emissoras te contratavam e te deixavam ali parado. Agora não, é um novo momento".
(com informações do site UOL)