Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Polêmica

Seriado global ignora princípios éticos e legais

Última Instância/Redação Bonde
22 jun 2010 às 16:45

Compartilhar notícia

- Márcio de Souza
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Um juiz, uma promotora e uma delegada federal se unem para combater um criminoso poderoso, protegido por pessoas com grande influência política e econômica, e que sempre consegue escapar das garras da Justiça.

Em síntese, essa é a trama da série 'Na Forma da Lei', que estreou na última terça (15), pela Rede Globo. O programa vem na esteira de grandes operações da Polícia Federal, como a Caixa de Pandora, que derrubou o governador José Roberto Arruda, e a Satiagraha, que teve como alvo principal o banqueiro Daniel Dantas. Criticadas no meio jurídico por supostas irregularidades e excessos, essas ações têm encontrado eco na população como marcos no combate à corrupção e à impunidade.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A série parte, portanto, de uma premissa promissora, mas em seu primeiro episódio os autores se perderam ao ignorar alguns princípios éticos e legais e mesmo regras de conduta não escritas, mas sedimentadas no dia-a-dia dos agentes policiais e judiciários.

Leia mais:

Imagem de destaque
Inscrições abertas

Band abre inscrições para as temporadas do “MasterChef Brasil” em 2024

Imagem de destaque
Parceria de longa data

Ana Hickmann vai apresentar especial de fim de ano na Record; saiba como será

Imagem de destaque
Saiba mais

Luis Miranda e Marcos Veras vão comandar quadros no reality BBB 2024

Imagem de destaque
Entenda

Angelina Jolie diz não conseguir viver livremente após se separar de Brad Pitt


Amigos da época de faculdade, os três personagens principais da série presenciaram o assassinato do noivo da promotora Ana Beatriz (interpretada por Ana Paula Arósio). Cinco anos depois, o autor do crime está livre. Filho de um influente senador, o playboy Maurício Viegas (vivido por Márcio Garcia) conseguiu ser absolvido e continua a praticar barbaridades sob a proteção do pai.

Publicidade


Dessa vez, Viegas manda matar uma amante que lhe causava problemas. O juiz (Leonardo Machado), a promotora e a delegada (Luana Piovani) decidem então fazer Justiça pelo primeiro crime e ganham a ajuda de um advogado (Henri Castelli) e um jornalista investigativo (Samuel de Assis). Está formada a equipe que, na prática, vai atuar não com a lógica da Justiça, mas com a dos justiceiros —paradoxalmente, eles têm de agir, como o nome da série diz, "na forma da lei".


E as fragilidades do roteiro ficam expostas exatamente aí. Como todos foram testemunhas do primeiro crime e tem relação pessoal com o acusado, não podem atuar na nova investigação ou no processo contra ele. É o chamado impedimento, que no direito visa preservar a imparcialidade da Justiça e garantir que seus agentes atuem de forma impessoal, livres de motivações particulares.

Publicidade


A atuação em conjunto de agentes que devem ser independentes entre si já causa polêmica. Na época da operação Satiagraha, por exemplo, o então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, criticou a suposta ação coordenada entre os envolvidos na investigação.


Por esse ponto de vista, a situação mostrada em 'Na Forma da Lei' vai muito mais longe.

Publicidade


Na série, surgem situações completamente inverossímeis ou, no mínimo, inusitadas, como a cena em que o juiz (que não pode julgar) e o jornalista vão à cena do crime e "interrogam" um morador de rua que testemunhou a execução da amante de Viegas.


Para surpresa do espectador, o mendigo anotou a placa do carro do pistoleiro. O jornalista grava a "entrevista" e, em vez de publicar a matéria no jornal, leva a fita para o delegado de polícia —corrupto, ligado ao senador—, que a contragosto se vê obrigado a prender o "peixe pequeno".

Publicidade


Em outra sequência de difícil assimilação, a delegada federal lidera uma operação de busca e apreensão da PF. Ao invés de apresentar o mandado judicial, Luana Piovani aponta a arma contra a nuca do porteiro e manda ele abrir o portão, porque só quer "peixe grande". A policial, aliás, já havia sacado uma pistola dentro de uma boate para conter uma discussão que já tinha terminado.


A série ainda promete abordar outros delitos que são sinônimo de impunidade no imaginário popular: os chamados crimes do colarinho branco. No próximo capítulo, a delegada vai desbaratar um grupo acusado de delitos financeiros.

Entretanto, tirando pela chamada do episódio, não se deve esperar uma abordagem realista desse universo. No teaser, a personagem de Luana Piovani encontra, na casa de um suspeito, maços de notas supostamente fruto de lavagem de dinheiro. Ela cheira as cédulas e comenta como estão "limpas", como se fossem recém saídas do banco.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo