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Sonia Abrão diz que A Tarde É Sua é uma 'alienação saudável' na TV

30 abr 2021 às 15:32

"Que noite foi essa no Big Brother Brasil. Para mim, noite de vitórias. Arthur eliminado, Juliette líder, Fiuk escapou do Paredão, fui dormir feliz." É assim que Sonia Abrão, 57, abriu o programa A Tarde É Sua, da RedeTV!, na quarta-feira (28).


A atração, que completa 15 anos no ar neste sábado (1º), nem parece a mesma dos seus primórdios, quando a cobertura de casos policiais era uma de suas tônicas -e, em alguns momentos, motivo de grandes polêmicas e críticas.


Pelo menos nos últimos seis anos, o programa deixou de lado os grandes crimes e tragédias e voltou ao seu foco: falar e opinar sobre a vida das celebridades e das atrações na TV. A mudança, segundo Abrão, foi pensada porque estava "tudo muito pesado".


Desde então, a ideia, como ela define, é propor uma "alienação saudável". "Aquelas duas horas são uma trégua, uma pausa no dia para a gente poder recarregar a bateria, descontrair um pouco e dar uma aliviada. Isso funciona para nós também, não é só para o público. Nós nos divertimos."


O nós a que ela se refere são os comentaristas Felipeh Campos, Vladimir Alves, Thiago Rocha, além dos repórteres Bruno Tálamo e Alessandro Lo-Bianco (este direto do Rio de Janeiro), e de Marcia Piovesan, que participa semanalmente.


Ao lado deles, Sonia Abrão comanda a Roda de Fofoca, quadro que ocupa quase todo o programa. O restante é dominado pelo merchandising, assim como acontece em muitos dos seus concorrentes diretos.


Na edição da quarta-feira (28), o jornal Folha de S.Paulo contabilizou que 40 minutos das duas horas do A Tarde É Sua foram preenchidos pela propaganda de produtos, muitas dessas repetidas mais de uma vez, como o anúncio de uma famosa cinta modeladora -esse tempo, vale ressaltar, não contemplou os intervalos comerciais (na quarta, foram exibidos dois blocos na meia hora final da atração).


Outra mudança, esta mais recente, é que desde o início do Big Brother Brasil 21, no fim de janeiro deste ano, o A Tarde É Sua passou a abordar um único tema: o reality show. A apresentadora justifica a decisão pelo fenômeno que a atração se tornou logo em seu começo, com o que ela chamou de "desastre" diante das situações sofridas por Lucas Penteado na casa.


Com a saída da "turma do mal", como ela nomeia Karol Conká, Nego Di, Projota e Lumena, Sonia Abrão diz que o diretor Boninho e Tiago Leifert conseguiram dar a volta por cima. "A gente pensou: se é o programa mais assistido, vamos fazer uma cobertura que valha a pena mesmo."


O resultado, na avaliação da RedeTV!, tem compensado. A atração tem pontuado entre 2,5 e 3 pontos na Grande São Paulo, o que significa um crescimento no primeiro trimestre deste ano de 24% em relação aos índices do mesmo período de 2020 -cada ponto do Kantar Ibope equivale a 76.577 lares na região.


Nos cerca de 70 minutos em que de fato o programa acontece, Abrão e seus colegas só falam de BBB. Exibem cenas do reality, além de reportagens e enquetes de sites sobre a competição. E, é claro, dão a sua opinião. Ela e os comentaristas chegam a divergir, muitas vezes em um tom teatral.


Na quarta-feira, por exemplo, Abrão rebateu, em tom de ironia, a defesa que Felipeh Campos fez de Arthur, o eliminado daquele dia. "Ele virou um fofo, ele fez uma dupla legal com o Gil, óh...Faz favor, não apaga tudo que ele fez lá atrás", disse ela.


"As pessoas sempre gostam de opinião, de posicionamento. Até para discordar. É importante o debate de ideia, pensar, refletir sobre determinados assuntos. Isso é muito legal", afirma Sonia Abrão à reportagem.


E com o fim do BBB 21 na terça-feira (4), como vai ficar o A Tarde É Sua? Abrão diz que volta ao formato anterior, com comentários da vida dos famosos e da televisão, e a cobertura dos reality shows, como o No Limite (Globo) e Power Couple (Record).


Sem arrependimentos


Sonia Abrão diz não ter nenhum grande arrependimento nestes 15 anos de A Tarde É Sua. Nem mesmo sobre a cobertura feita pelo programa do sequestro e assassinato da jovem Eloá Cristina Pimentel da Silva, em 2008. Na ocasião, a apresentadora entrevistou ao vivo Lindemberg Alves Fernandes, enquanto ele mantinha a estudante como refém.


A jornalista foi muito criticada e acusada de ter atrapalhado as negociações da polícia com o sequestrador, o que ela nega. A apresentadora argumenta que conversou com Lindemberg pelo celular, e que os policiais negociavam com ele pelo telefone fixo.

"Em nenhum momento eu agi errado. Eu faria tudo novamente, exatamente da maneira como a gente fez. O cruel é querer empurrar a culpa da tragédia para cima do programa quando isso não aconteceu. O assassinato dela aconteceu três dias depois dessa conversa, não teve nada a ver com a gente", defende.


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