O Brasil comemora nesta segunda-feira o aniversário de 40 anos da conquista do tricampeonato mundial de 1970. Um feito memorável para a história do futebol mundial, que coroou uma geração de grandes talentos, que tinha Pelé como principal jogador. Os campeões no México ainda se lembram dos principais fatos que marcaram a arrasadora campanha.
Apesar da grande quantidade de craques no elenco, o Brasil chegou ao Mundial sob desconfiança. Carregava o fracasso na Copa de 1966 e sofria com a turbulência da troca de comando. Zagallo assumiu antes do torneio no México, substituindo João Saldanha.
Zagallo, no entanto, foi feliz ao encaixar Rivellino no time e o Brasil apresentou uma formação praticamente perfeita. Ganhou na primeira fase da Checoslováquia (4 a 1), da Inglaterra (1 a 0) e da Romênia (3 a 2), em grupo muito forte. "O jogo contra os ingleses foi o mais difícil. Ganhamos no sofrimento com um gol do Jairzinho", lembrou Zagallo.
Nas quartas de final, o Brasil passou pelo Peru, dirigido por Didi, por 4 a 2. O rival das semifinais foi o Uruguai, e a vitória foi por 3 a 1. No dia 21 de junho de 1970, a grande decisão contra a Itália no estádio Azteca. Show brasileiro com vitória por 4 a 1. A conquista do tricampeonato deu a posse da taça Jules Rimet em definitivo ao Brasil.
A participação de Jairzinho também foi decisiva para o Brasil. Ele marcou gol em todos os jogos. "Foi um título muito gratificante", contou o "Furação da Copa". "Escrevi meu nome entre os maiores do mundo. Aquele foi o ano da minha coroação, e sou grato pelo reconhecimento", completou o atacante.
Pelé é outro que não se cansa de lembrar da conquista de 1970. "Todos diziam que Pelé, Rivellino, Gerson e Tostão não poderiam jogar juntos. Mas encaixamos bem e a seleção foi considerada a melhor de todos os tempos. Hoje na Copa da África do Sul não vemos os mesmos talentos que passaram pelo México", afirmou o "Rei do Futebol".
Capitão da seleção na época, Carlos Alberto Torres destacou a preparação física como decisiva para a conquista do título. "A seleção brasileira inovou. Sabíamos que precisávamos nos preparar bem. Foi a primeira Copa em que o Brasil se preocupou com a parte física [Parreira era o preparador]. O futebol de porrada de 1966 ainda estava na nossa cabeça, e nós sabíamos que precisávamos de algo diferente."
E de fato o Brasil apresentou um futebol mágico. Aliado à boa forma física, os brasileiros atropelaram a Itália na decisão, com gols de Pelé, Gérson, Jairzinho e Torres. "O que mais me marcou naquela Copa foi a mudança tática. Eu coloquei quatro jogadores dentro de campo que poderiam ser o camisa 10. A seleção jogou num bloco, atacávamos com sete. Era um grande time", analisou Zagallo.
De todas as peças, o goleiro Félix disse ter vivido um conto de fadas. Muito criticado, ele superou as desconfianças. "Esse título marcou a minha vida", contou. "Sempre fui o mais criticado da seleção. Mas consegui me consagrar como um dos melhores do mundo. É uma satisfação muito grande ver que o Brasil continua a ter grandes goleiros atualmente, como o Julio Cesar".