Enquanto África do Sul e México faziam o jogo de abertura da Copa, nesta sexta-feira, a seleção brasileira preferiu treinar no campo da Hoerskool Randburg, escola em Johannesburgo que tem servido como centro de treinamento. Nem mesmo o ensurdecedor barulho das vuvuzelas no momento do gol sul-africano foi capaz de tirar a concentração dos jogadores do Brasil, que continuaram o trabalho normalmente.
"O importante é que a gente pense na gente, na nossa preparação. Se der para ver alguns jogos, melhor. Mas temos que estar concentrados no nosso trabalho", afirmou o zagueiro Juan, ao comentar sobre o treino na mesma hora da abertura da Copa. Apesar disso, os jogadores e a comissão técnica prometeram assistir ao jogo entre França e Uruguai, também nesta sexta-feira, quando já estiverem descansando no hotel.
No começo do treino desta sexta-feira, Dunga resolveu inovar. Na hora do aquecimento, ele levou os jogadores para outro campo dentro da escola - talvez para ficar mais longe da imprensa ou talvez para evitar o esburacado gramado principal do local. Lá, o grupo fez uma bateria de exercícios físicos, sempre com a finalidade de aumentar a velocidade e a explosão dos atletas, o que é a prioridade nesse momento da preparação.
No campo escolhido por Dunga, quem estava na rua conseguia acompanhar o treino, o que não é possível no gramado principal da Hoerskool Randburg, onde a seleção sempre trabalhou até então. Mas não havia quase ninguém para ver os brasileiros em ação - estavam todos torcendo pela África do Sul. No fim, um grupo de três frentistas apareceu no local e teve tempo apenas para gritar: "Onde está o Ronaldinho?".
Coincidentemente, Dunga levou naquele mesmo momento os jogadores de volta ao campo principal da escola, longe do pequeno grupo de torcedores. Aí, o trabalho foi concentrado nas finalizações para o gol. Com tabelas rápidas, mas sem qualquer marcação, o aproveitamento nos chutes ficou abaixo do esperado. Enquanto isso, os quatro zagueiros fizeram um treino específico, separados do restante do grupo, para afastar a bola da área.
Com Dunga sempre cobrando velocidade nas jogadas, a segunda parte do treino de finalizações foi com cruzamentos laterais para dentro da área, já com os quatro zagueiros incluídos no grupo, mas novamente sem qualquer marcação. E o aproveitamento nas conclusões ao gol também ficou abaixo do ideal.
Depois, ainda houve tempo para um rachão em campo reduzido, em que os jogadores precisavam mostrar agilidade e muita movimentação para manter a posse da bola. Nessa parte final do treino, aconteceu um pequeno desentendimento entre Júlio Baptista e Daniel Alves após uma disputa de bola, o que deixou ambos um pouco irritados.
Neste sábado, a seleção brasileira volta a treinar apenas em um período, novamente a partir das 16 horas (horário local) - 11 horas no Brasil -, no mesmo horário do jogo entre Argentina e Nigéria. E Dunga promete mais um dia de trabalho normal, concentrado apenas na preparação para a estreia de terça-feira contra a Coreia do Norte.