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Clodoaldo vê abismo técnico entre seleções de 70 e 2010

Agência Estado
10 jun 2010 às 11:22

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Aos 20 anos, Clodoaldo já era o volante titular do Brasil na Copa do Mundo de 1970. Sua nada fácil missão era proteger a defesa de um time que tinha à sua frente Gerson, Rivellino, Pelé, Tostão e Jairzinho e que encantou o mundo com um futebol ofensivo e eficiente. Mas ele não reclamava. Com muita categoria, eternizada no lance que, na sua própria intermediária, enfileirou os italianos na final, dava equilíbrio ao meio-de-campo.

Hoje, Clodoaldo vê na seleção de Dunga situação oposta a de 40 anos atrás. Para ele, a equipe não tem criatividade no meio-de-campo, que se preocupa primeiro em marcar e destruir, para depois criar. "Essa seleção tem um esquema bem definido pelo Dunga e esperamos que a consistência do sistema defensivo se confirme na Copa", disse.

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Mais do que no meio-de-campo, Clodoaldo aposta no ataque, e especialmente em Robinho. "O Brasil vai depender muito dele para chegar mais longe. O Robinho está muito bem, está focado, ele pode ser o ponto de desequilíbrio".

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Se a maioria deposita as esperanças em Kaká, para o volante tricampeão não se pode exigir muito do meia do Real Madrid. "Ele vem de um período que nos dá incerteza do que ele pode render".

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Ainda assim, Clodoaldo diz acreditar numa evolução do jogador. "É bem possível que ele não estreie muito bem, mas depois cresça na competição. Por isso transfiro a responsabilidade ao Robinho, que vem de uma fase muito boa no Santos".


De Robinho e Kaká depende também Luís Fabiano, que, na opinião de Clodoaldo, vai ter que aparecer e mostrar personalidade para fazer os gols de que o Brasil precisa. "Ele é o goleador do time. Tem uma grande responsabilidade também".

Sobre as chances da seleção brasileira chegar ao hexacampeonato, o ex-jogador é cauteloso, mas otimista. "O Brasil é sempre uma seleção respeitada pelos adversários e sempre será, mesmo que não esteja bem. A seleção agora tem boas condições, uma boa estrutura, mas vai depender do momento dos jogadores, de um talento individual que faça a diferença. Eu tenho confiança de que o Brasil possa chegar às finais".


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