Depois de ter recebido a delegação brasileira em Brasília na última quarta-feira para se despedir dos jogadores e desejar boa sorte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o "futebol de resultados" pregado pelo treinador Dunga, onde o importante não é jogar bem, mas ganhar. Em seu programa semanal de rádio, "Café da manhã com o presidente", nesta segunda, Lula afirmou que Dunga convocou "uma equipe que não tem grandes individualidades, mas tem um trabalho em conjunto". Para o presidente, o treinador convocou "uma equipe em que tem confiança".
Lula lembrou ainda outras Copas do Mundo, quando a seleção brasileira tinha jogadores talentosos, mas acabou não levando o título. "Escutei alguns comentários. Há muita gente julgando a seleção e é importante lembrar que não foram poucas as vezes em que o Brasil tinha uma seleção considerada perfeita e não ganhou", disse o presidente, que prosseguiu: "Podemos citar dois momentos importantes, as seleções brasileiras que disputaram os Mundiais de 1982 e 1986 com o Mestre Telê Santana e fomos desclassificados. Não chegamos nem à final, mas depois, em 1994, ganhamos a Copa jogando um futebol não muito vistoso e que não estávamos acostumados a ver. O fato foi que trouxemos a Copa, que é o que interessa para os brasileiros".
Lula voltou mais ainda no tempo para justificar que jogar bonito não é sinônimo de título. "Não adianta ter uma seleção que goleie a Espanha por 7 a 0, como na Copa de 1950, realizada no Brasil, mas perca por 2 a 1 na final, contra o Uruguai", disse.
Para ele, "o problema é que quando a Copa se aproxima, os 190 milhões de brasileiros têm a mania de se colocarem como técnicos e de querer escalar a seleção. Sempre foi assim e minha tese é que a primeira coisa que temos que fazer é nos unir para apoiar a seleção para que possa ser campeã mundial de novo. Caso não tenhamos a sorte de chegar à final, que possamos fazer o melhor, jogar o melhor futebol e dar o melhor que temos", disse.