A Federação Paranaense de Futebol (FPF) interditou novamente o Estádio do Café. Depois de funcionar ao longo de 2009 por meio de um termo de ajustamento de conduta emitido pelo Corpo de Bombeiros, o vice-presidente da instituição, Reginaldo Cordeiro, afirmou que enquanto as reformas estiverem pendentes o estádio não deve receber nenhum evento esportivo.
Segundo Clodomir Marafigo Júnior, chefe da divisão de prevenção dos Bombeiros, no início do ano passado foi feita uma notificação quanto a implantação de sistemas de segurança no estádio, que preveem limite de público e instalação de sistemas de saída e iluminação emergenciais. O prazo venceu no último dia 2 de dezembro e ''desde então o estádio está irregular''. O ''Jogo das Estrelas'', em comemoração aos 75 anos da cidade, foi realizado após esta data. Portanto, sem autorização.
Outro ponto elencado pela Federação é a construção de muro de alvenaria no lugar de 800 metros de alambrado, que ligam a entrada principal às gerais, pois facilitam a passagem de objetos como bebidas alcoolicas ou armas. ''É fazer ou fazer. A Polícia Militar está de acordo na questão da substituição dos alambrados por muros em alvenaria com altura significativa, além de reforço de arame farpado por cima'', ressaltou. Ele também exige a criação de uma entrada para a torcida visitante, que atualmente é feita por um portão de serviço.
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Cordeiro observou ainda o desgaste das cadeiras cativas, que desde a inauguração do Estádio, em outubro de 1976, não passaram por nenhuma reforma. Quanto as condições de conservação do espaço, a presença de lixo resultante do último evento chamou a atenção do representante. A reportagem constatou que, inclusive, há focos do mosquito da dengue em copos plásticos descartáveis.
''Nada se faz com relação a limpeza'', ressaltou, lembrando que alguns banheiros estão aquém das exigências, sem papeleiras ou saboneteiras, além da falta de tampa nos vasos sanitários. ''Não dá mais para aceitar esse problema e vamos pedir que a Vigilância Sanitária também faça uma vistoria'', acrescentou.
Quando indagado sobre a possibilidade de o Londrina Esporte Clube mandar o segundo jogo da Copa do Brasil no Café, Cordeiro foi enfático ao afirmar que ''nada acontece'' sem as adequações. ''Tem que fazer todas as exigências do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária para emitir qualquer laudo. Sem os laudos será impossível liberar o estádio para a Copa do Brasil'', sacramentou.
O presidente da Fundação de Esportes de Londrina (FEL), que administra o Estádio, Paulo Roberto de Oliveira, afirmou que os laudos estão em dia e que vai se posicionar somente após receber o relatório da vistoria, para que possa se reunir com outros secretários municipais e definir o que fazer. Ele, porém, já adiantou que a FEL não tem dinheiro para reformar o Café e defende a privatização do estádio.
Nesta semana, a FPF interditou os estádios Germano Kruguer, de Ponta Grossa, e o João Cavalcante, de Engenheiro Beltrão - este último deve ser liberado nos próximos dias. (Colaborou Thiago Mossini).