Como competição esportiva, a partida de futebol entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, neste domingo (14) à tarde, durou pouco.
Depois de 4 minutos do início, o rubro-negro carioca já vencia por 2 a 0. Aos 10, Calleri foi expulso por entrada de sola na canela de David Luiz. Não havia mais caminho de volta para o time de Rogério Ceni, derrotado por 4 a 0 pelo Campeonato Brasileiro.
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Não era o que os quase 45 mil torcedores, maior público do São Paulo pós-pandemia, esperavam ver em campo, com exceção dos três mil visitantes, felizes da vida.
Considerado que, no primeiro turno, no Maracanã, o Flamengo havia vencido por 5 a 1, o agregado dos dois confrontos entre os dois times no torneio deste ano ficou em 9 a 1.
A vitória levantou o moral do técnico Renato Gaúcho e dos flamenguistas, que vinham de empate em 2 a 2 com a lanterna Chapecoense. Chegou aos 60 pontos e está a oito do líder Atlético-MG. Mais importante que isso, ganhou ânimo para a final da Libertadores, a ser disputada no próximo dia 27, em Montevidéu, contra o Palmeiras.
O São Paulo mergulhou de vez na luta contra o rebaixamento. Com 38 pontos, está em 15º, com cinco de vantagem para o Juventude, o primeiro time da zona de degola. Mas os gaúchos estão com dois jogos a menos. Na próxima quarta-feira (17), o clube do Morumbi faz clássico com o Palmeiras, no Allianz Parque.
Defensivamente, o São Paulo foi um desastre desde o apito inicial. Com 23 segundos, levou o primeiro gol quando Liziero perdeu uma bola perto da própria área e viu Andreas Pereira e Bruno Henrique trocarem passes antes de Gabigol marcar. Pouco depois, Michael começou a aparecer.
Ele cruzou rasteiro para Bruno Henrique completar para a rede aos quatro minutos. Aos 41, fez um golaço em chute da entrada da área. Mais do que isso, torturou Diego Carlos na marcação. Toda vez que partiu com a bola dominada, levou vantagem. Ainda irritou os são-paulinos ao dominar lançamento com salto e toque com calcanhar na bola.
Ele chegava aos 12 gols, se igualando a Hulk (Atlético-MG) e Gilberto (Bahia) na liderança da tabela de goleadores do Brasileiro. Ficaria isolado na ponta e anotaria seu 13º ao completar cruzamento aos 10 da etapa final.
A torcida do São Paulo, que tentou apoiar mesmo nas dificuldades, começou a se impacientar com os constantes erros de passe do time. Diego Carlos e Reinaldo, dois dos mais torturados pelas jogadas de Michael, foram muito vaiados ao serem substituídos.
O Flamengo ficou a um gol de ser o responsável pela maior goleada já sofrida pelo São Paulo na história do Morumbi. A marca pertence ao Internacional, que fez 5 a 1 em janeiro deste ano, mas o confronto foi válido pelo Brasileiro de 2020.
A razão, em parte, pela goleada, foi por Rogério Ceni não ter se conformado com a derrota no primeiro tempo. Com o placar ainda em 2 a 0, mas com um a menos em campo, os donos da casa tentaram atacar e pouco mudaram o esquema. Rigoni até teve uma grande chance para marcar e conseguir recolocar o São Paulo no jogo. Mas ele simplesmente não conseguiu dominar a bola quando estava sozinho e de frente para o gol.
A irritação dos torcedores foi tanta que, durante o segundo tempo, o goleiro Tiago Volpi foi muito xingado, mesmo sem ter falhado em nenhum dos gols do adversário. Os flamenguistas gritavam o nome de Renato Gaúcho, questionado nas últimas semanas.
Na próxima quarta-feira, o rubro-negro recebe o Corinthians, no Maracanã.
Estádio: Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Auxiliares: Jorge Eduardo Bernardi (RS) e José Eduardo Calza (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)
Gols: Gabigol, ao 23s do 1º tempo; Bruno Henrique, aos 3min do 1º tempo; e Michael, aos 41min do 1º tempo e aos 9min do 2º tempo
Cartão amarelo: Matheuzinho (FLA)
Cartão vermelho: Calleri (SAO)
SÃO PAULO
Tiago Volpi; Diego Costa (Orejuela), Miranda, Léo e Reinaldo (Shaylon); Gabriel (Bruno Alves), Liziero, Igor Gomes; Marquinhos (Vitor Bueno), Calleri e Rigoni (Luciano). T.: Rogério Ceni
FLAMENGO
Hugo, Matheuzinho (Rodinei), Rodrigo Caio (Gustavo Henrique), David Luiz (Bruno Viana) e Renê; Willian Arão (Piris da Motta), Andreas Pereira e Everton Ribeiro; Michael, Bruno Henrique e Gabigol (Kenedy). T.: Renato Gaúcho