O menor H.A.M, de 17 anos, que está sendo apontado pelos Gaviões da Fiel como o autor do disparo do sinalizador que matou o garoto boliviano Kevin Espada, de 14 anos, na última quarta-feira, dará o seu depoimento por volta das 15h ao juiz Daniel Isler, da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos, e depois seguirá de volta para a sua casa. É o que garante Ricardo Cabral, advogado dos Gaviões da Fiel.
- Ele não cometeu crime no Brasil, não foi autuado em flagrante, está se apresentado por livre e espontânea vontade e quer pagar pelo fato impensado. Tem bons antecedentes, nunca teve passagem por delegacia nenhuma, então com certeza que vai responder o processo em liberdade na justiça brasileira. O Estatudo da Criança e do Adolescente prevê como punição medidas sócio-educativas, mas vai depender do juiz - afirmou.
Cabral negou que o garoto seja um laranja da uniformizada, que estaria tentando opter a liberdade dos 12 presos em Oruro (BOL) apontando um menor de idade como o autor do crime, e garantiu que a justiça boliviana ficará convencida disso.
Leia mais:
Palmeiras bate o pé e jogo contra Atlético-GO terá duas torcidas
Gaviões avança em negociação para criar vaquinha que visa quitar arena do Corinthians
Times do Paranaense apostam em manutenção de treinadores para 2025
Marta fala que Copa no Brasil 'não é meta', mas se diz 'disposta a ajudar'
- Isso vai ser demonstrado para a justiça da Bolívia. Pelo fato de ser menor e a fotografia não poder ser mostrada gera essa dúvida, mas já enviei ao Ministro Conselheiro da Embaixada do Brasil na Bolívia, doutor Eduardo Savóia, para que pegue a ficha cadastral, a identidade e a foto colorida e exclua a prisão preventiva dos 12, comprovando pela imagem que o menor que esta no Brasil foi o autor do disparo - disse ele.
O jovem teria comprado seis sinalizadores de um camelô nas ruas da 25 de Março, sendo dois deles com a característica do disparado em Oruro, ao preço de R$ 20. Após ouvir o menor, a justiça brasileiro deverá enviar o relatório à justiça boliviana. A situação, porém, não garante a liberdade dos 12 torcedores presos. Para isso, Cabral pede a ajuda do Itamaraty.
- A partir dessa divulgação cabe ao governo brasileiro fazer a parte dele. São 12 cidadãos brasileiros presos inocentemente, que foram conduzidos e escolhidos aleatoriamente pela policia boliviana para que prestassem esclarecimentos na delegacia. Para a nossa surpresa, foram presos. O menor reconhece ter deixado a mochila na arquibancada, aquilo não pertence a nenhum dos 12 - reforçou.
Por fim, o advogado garantiu que a organizada se exime de culpa pelos fatos ocorridos com a entrega do menor. E, apesar de garantir que a instituição não entrou em contato com o clube desde o ocorrido, afirma acreditar que a Conmebol possa, a partir desse fato, reverter a suspensão esportiva que o clube recebeu.
- Entendemos que com essa apresentação, pelo código desportivo do Brasil e pelo Estatuto do Torcedor, que quando é identifcado autor dos fatos automaticamente a punição para o clube perde o efeito.