A chegada do Paraná Clube às quartas-de-final da Copa João Havelange está fazendo virar realidade o sonho de muitos dos jogadores da equipe: ficar conhecido no cenário nacional. Depois que o Paraná conquistou o Módulo Amarelo e eliminou o Goiás na fase decisiva da JH, alguns atletas já começam a figurar nos elogios de técnicos e comentaristas de destaques.
Mas para chegar a esta condição, há quem tenha tido que passar por uma situação quase que humilhante. É o caso do meia Fernando Miguel, 21 anos. No profissional do tricolor desde 98, Fernando só está jogando porque aceitou reduzir seu salário pela metade.
Isto aconteceu depois de terminado o Campeonato Paranaense de 2000, quando o meia chegou a ser dispensado e depois reintegrado ao grupo. "Mas para permanecer tinha que aceitar ganhar 50% menos do que recebia. Como queria ficar, aceitei".
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O atleta, que pela primeira vez está tendo uma sequência de jogos como titular, afirma que está vivendo a sua melhor fase na carreira e que por isso espera reconhecimento por parte da diretoria. "Meu contrato vence em janeiro e gostaria, no mínimo, de recuperar o salário".
O zagueiro Hilton, contratado no ano passado junto à Chapecoense (SC), não teve que reduzir o salário, mas também amargou a reserva antes de assumir a posição de Milton do Ó. Agora, o zagueiro vem sendo um dos mais elogiados do grupo. Um dos elogios foi do técnico Hélio dos Anjos, do Goiás, logo após a eliminação do clube goiano pelo Paraná.
Hilton disse que se orgulhoso pelo reconhecimento e não nega estar vivendo o melhor momento da sua carreira. "Tinha reconhecimento em Santa Catarina, mas ser lembrado no cenário nacional é novidade para mim. Estar numa fase assim é o que todo jogador sonha. Todo jogador sonha também em ser convocado para a seleção e comigo não é diferente".
O atacante Flávio, de 20 anos, também afirmou estar vivendo a melhor fase na carreira. No Paraná desde as categorias de base, o atleta já teve o gostinho do prestígio nacional na Conmebol, do ano passado. Ele fazia parte do time reserva do Paraná, que foi incumbido de disputar a competição. Num jogo contra o San Lourenzo, do Paraguai, o jogador foi para o gol depois que o goleiro foi expulso. A partida acabou sendo decidida nos pênaltis e Flávio defendeu três cobranças, o que foi destaque na imprensa nacional.
Agora ele quer um reconhecimento diferente. "Estou fazendo gols pelo time principal do Paraná na competição mais importante do Brasil. Espero chamar a atenção de algum outro clube para valorizar o meu passe. Mas o que quero mesmo, por enquanto, é me firmar por mais uma temporada no tricolor".
Os jogadores treinam para a primeira partida decisiva das quartas-de-final no próximo sábado. O adversário do tricolor será o Vasco, que venceu o Bahia ontem a noite e se classificou. O único problema é que o todo poderoso Eurico Miranda já disse que o seu clube não entrará em campo neste dia, e que o primeiro jogo será em Curitiba, e não no Rio, no domingo. O jogo de volta está marcado para a quinta-feira, dia 7. A diretoria ainda não definiu onde o Paraná vai mandar esse jogo.
O técnico Geninho ainda espera pelo retorno de Ageu e de Narcízio. Os dois passaram a tarde de ontem no Departamento Médico e ainda não sabem se poderão jogar. Mas mesmo que se recuperem, é bem provável que permaneçam no banco de reservas. O time deverá ser o mesmo vem sendo o tituar nos últimos jogos.