O superintendente de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, acertou nesta quinta-feira, 20, sua saída do clube paulista. Conforme o ex-dirigente, sua demissão ocorreu depois de perceber que não conseguia mais ter influência nos bastidores do Tricolor.
"Como não estou conseguindo realizar aquilo que sei que posso fazer, talvez por orientação diferente da diretoria, acho que a forma mais honesta é sair, deixando portas abertas, saudades e com os jogadores perguntando os motivos", argumentou.
Após discordar das demissões de Muricy Ramalho e Ricardo Gomes, o cartola começou a perder poder dentro dos bastidores do clube. Além disso, Cunha discordou publicamente da promoção de Sérgio Baresi, que saiu da base para assumir a equipe principal.
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"Depois da saída do Muricy, tivemos um período de excelente convivência com o Ricardo Gomes, mas não consegui mais dar ao São Paulo o que eu gostaria", disse. "Sofri muito no ano passado e não quero sofrer mais. Foi intempestiva a mudança do Ricardo pelo treinador da base. Fui criticado por não ter apoiado essa mudança sem programação. Se meu poder de persuasão diminuiu, é hora de deixar", enfatizou Cunha.
Por fim, o ex-dirigente cutucou a cúpula do departamento de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva e João Paulo de Jesus Lopes, além do presidente Juvenal Juvêncio. "Não há incompatibilidade, mas sim ideias diferentes. Há muita aceitação com os fatos do dia a dia. Eu falo alguma coisa, mas deixam passar, até que o problema aparece. Quem está inserido no cotidiano do atleta tem que sentir cheiro do vestiário, da descarga, do dia de chuva, da capa molhada, do choro, da alegria. Quem não sente cheiro do vestiário, pensa que sabe futebol, mas pela TV é diferente", finalizou.
Marco Aurélio Cunha pelo São Paulo foi entre 1979 a 1990, como integrante do departamento médico e retornou em 2002 como superintendente. O ex-cartola tricolor já teve passagens por Figueirense, Bragantino, Avaí, Guarani e Santos.