Dois personagens foram fundamentais para o Palmeiras vencer o Corinthians. Bastaram dois minutos para eles decidiram o clássico, pela 14.ª e penúltima rodada do Campeonato Paulista. O goleiro Fernando Prass defendeu um pênalti aos 30 do segundo tempo e, aos 32, Dudu, que entrara na etapa final, marcou o gol que definiu o resultado do jogo: 1 a 0, neste domingo, no estádio do Pacaembu.
Se Lucca tivesse feito o gol de pênalti, o Corinthians poderia ter tido melhor sorte. Mas não merecia. O Palmeiras buscou a vitória nos 90 minutos e encurralou o Corinthians, com a bola no chão ou pelo alto, como foi o gol. E essa foi uma vitória mais do que importante para o time alviverde. Após um início desastroso (quatro derrotas), o técnico Cuca arrumou a equipe ou ao menos deu padrão mínimo de jogo. Contra o Corinthians, o Palmeiras fez uma de suas melhores partidas no ano.
Foi objetivo, buscou o gol e se impôs dentro de campo, confirmando que o velho clichê de que em clássicos não há favoritos, como bem disse o técnico Tite na última sexta-feira. Os três pontos também foram muito importantes para o time alviverde, agora com 21 pontos e encaminhando a vaga às quartas de final. O Corinthians já está classificado com a melhor campanha da primeira fase.
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Cuca, que fez muito mistério antes do jogo, armou uma arapuca e anulou as laterais de Tite. A marcação começava com Gabriel Jesus, Robinho, Zé Roberto e até Alecsandro. O Corinthians ficou sem ação. Perdeu o controle do meio de campo, sem criação. Giovanni Augusto, Guilherme e André sequer conseguiam manter a bola em seus pés. Jogavam em outra rotação.
Salvo uma pontada de Lucca pela esquerda, o Corinthians não atacou. Já o Palmeiras pressionou com Gabriel Jesus, com Zé Roberto, com Egídio e também com Jean.
O gol do Palmeiras não saiu no primeiro tempo porque lhe faltou a perfeição no último passe. Mesmo ameaçados, os zagueiro Felipe e Yago evitaram que o goleiro Cássio fosse realmente ameaçado. Valia até chutão para o alto do volante Bruno Henrique.
Estava muito claro que Tite precisava mexer no time no intervalo. Elias não atuava desde 17 de fevereiro e sentiu o ritmo intenso do clássico. A entrada de Maicon era mais do que necessária. Assim como a entrada de Romero na vaga de um apagado Guilherme. Mas o bombardeio do Palmeiras continuou. Cássio fez um milagre e evitou um chute de Alecsandro que tinha endereço certo.
Se Gabriel Jesus já infernizava a defesa do Corinthians, a entrada de Dudu foi um claro sinal de que Cuca queria a vitória. Com sangue novo, o Palmeiras manteve a marcação alta, no campo do rival. Encolhido, restou ao Corinthians o contra-ataque, em uma bola espichada. E a vitória esteve muito próxima. Giovanni Augusto foi derrubado na área. Lucca cobrou mal o pênalti, repetindo o erro de Romero e de Luciano, que também desperdiçaram penalidades máximas contra a Ponte Preta.
Enquanto a torcida ainda reverenciava Fernando Prass, Egídio cobrou uma falta, Zé Roberto desviou e Dudu, com seus 1,66 metros, aproveitou a indecisão de Cássio e tocou de cabeça para o fundo de gol, acabando com um jejum de vitórias do Palmeiras sobre o rival no Pacaembu que perdurava 20 anos.